PARIS (Reuters) – Ativistas antiglobalização jogaram sabonete líquido preto nos vidros de um banco em Paris, neste sábado, em uma das várias ações planejadas na França e na Alemanha para protestar contra as práticas bancárias uma década depois do colapso do Lehman Brothers.
Protestando contra fraudes fiscais e os investimentos em combustíveis fósseis pelos maiores bancos do mundo, os manifestantes na capital francesa também acenderam sinalizadores de fumaça e derramaram um líquido verde fluorescente na calçada para simbolizar o que chamaram de dinheiro tóxico.
“Os grandes bancos são uma força motriz da evasão fiscal”, disse Aurelie Trouve, porta-voz da Attac France.
Thomas Coutrot, outro membro do grupo, disse estar convencido de que, dez anos após o colapso do Lehman Brothers, a economia global caminha para outra crise.
“É inevitável, vai haver outra crise”, disse Coutrot. “É um absurdo e não estamos desistindo disso.”
O fim do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers desencadeou o início da crise financeira global da qual grande parte do mundo industrializado ainda não se recuperou.
Algumas economias importantes da zona do euro ainda não retornaram ao patamar pré-crise e, apesar de uma década de estímulos, houve uma queda acentuada no apoio aos partidos tradicionais, à medida que os partidos antissistema crescem em diversos países.
Em Frankfurt, sede do Banco Central Europeu (BCE), os manifestantes da Attac colocaram fita de “cena do crime” em frente à bolsa de valores e pintaram uma estátua de touro com tinta.
“Queremos usar este evento para deixar claro que desejamos um sistema financeiro diferente, que não seja instável, que seja democraticamente controlado e que não explore os humanos e a natureza, mas que seja benéfico para os seres humanos e a natureza”, afirmou o porta-voz da Attac, Alfred Eibl.
(Reportagem de Ardee Napolitano, em Paris, e da Reuters TV em, Frankfurt)