Empresa processou 5 trilhões de buscas em um ano e, pela primeira vez em uma década, divulga o dado oficialmente
O Google revelou nesta terça-feira (25) um dado inédito: em 2024, foram realizadas 5 trilhões de buscas em sua plataforma ao redor do mundo. O volume corresponde a uma média de 158,5 mil pesquisas por segundo ou 9,5 milhões por minuto. O número, divulgado durante o evento “Think With Google” em São Paulo, marca a primeira vez em mais de uma década que a empresa compartilha oficialmente esse dado. A última divulgação havia ocorrido em 2012, quando o volume anual era de 1,2 trilhão de buscas.
A Busca continua sendo o carro-chefe do Google, respondendo por mais da metade da receita da Alphabet, sua controladora. No entanto, o domínio da big tech como principal mecanismo de pesquisa vem sendo desafiado por novas tendências entre os mais jovens. Estudos do YPulse e Pew Research indicam que a Geração Z (entre 18 e 24 anos) tem preferido redes sociais, como TikTok, para descobrir produtos, lugares e conteúdos.
Apesar disso, o Google defende sua relevância entre os jovens. “Muita gente achava que a Busca não funcionaria com a geração Z, mas essa é a faixa etária que mais faz buscas na plataforma”, afirmou Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, durante a conferência.
Inovações na busca
Para se adaptar às novas formas de pesquisa, o Google vem incorporando tecnologias como inteligência artificial (IA) e busca visual. O AI Overviews, lançado no Brasil em 2024, gera respostas com IA no topo dos resultados e já alcança 1 bilhão de usuários por mês. Outro destaque é o Google Lens, que permite pesquisas por imagem e é utilizado em 20 bilhões de buscas mensais.
A empresa também destacou a ferramenta “circular para pesquisar”, que permite interação direta com elementos visuais nas buscas. “Observamos que muitas buscas vinham de prints de tela com influenciadores digitais, o que mostra a evolução dos hábitos de pesquisa”, explicou Gustavo Souza, diretor de Produtos Publicitários e Soluções do Google.
O futuro da busca
Estudos mostram que 15% das buscas feitas diariamente são inéditas, uma tendência estável há mais de uma década, mas que tem se tornado mais específica e contextual. “Antes, as pesquisas eram curtas. Hoje, elas incluem mais detalhes, são feitas por voz, imagem e refletem dúvidas muito particulares”, acrescentou Souza.
Outro projeto em destaque é o Astra, que combina IA generativa, reconhecimento visual e compreensão contextual em tempo real. A ideia é transformar o celular em um assistente pessoal capaz de responder perguntas enquanto o usuário filma.
Diante de um público formado por clientes e representantes do setor empresarial, o Google também apresentou uma análise do Boston Consulting Group (BCG) sobre o novo comportamento do consumidor, que deixou de seguir um caminho linear até a compra. O Google define essa nova jornada com quatro verbos: streaming (assistir), scrolling (navegar), searching (buscar) e shopping (comprar) — ações que ocorrem de forma simultânea.
Encerrando a apresentação, Fabio Coelho ressaltou que a inteligência artificial já extrapolou a inovação tecnológica e se tornou um fator estratégico na geopolítica. “O Brasil precisa ter ousadia e responsabilidade. Não podemos nos limitar a apenas consumir o que é produzido lá fora”, afirmou.
