Possibilidade está aberta desde maio do ano passado, quando parte do Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, propôs acelerar a abertura do mercado japonês à carne bovina do Brasil. A intenção casa com uma demanda histórica dos produtores. O tema foi tratado no encontro entre Ishiba e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (26), durante a visita da Estado a Tóquio, capital japonesa.
As normas sanitárias japonesas são muito estritas sobre criação extensiva. Porém, o premiê sugeriu a formação de um grupo para o acompanhamento do setor e manifestou a disposição de enviar especialistas sanitários para coletar informações e avançar rapidamente na abertura do mercado. De acordo com a Presidência, um dos objetivos da viagem de Lula era, de fato, conseguir o compromisso político do Japão de enviar uma missão técnica para inspecionar as condições da produção de carne bovina do país.
A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, do petróleo bruto e minério de ferro. Porém, deve crescer. O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa aproximadamente US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país. No caso do Brasil, o processo de negociação para exportar a carne bovina ao Japão é conduzido há mais de 20 anos. O último protocolo está é debate há cinco anos.
Em maio de 2024, o Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação animal. O status abriu caminho para exportação de carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação. Por outro lado, o fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados.
A homologação do novo status sanitário deve ocorreu em maio deste ano, durante a assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, de Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
(Agência Brasil)