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O duelo de rejeições

Como se sabe, a impopularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está nas alturas: 56% dos brasileiros não aprovam sua gestão. Isso, em tese, beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro, que insiste em sua candidatura, mesmo inelegível, segundo decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Só que, nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro encontra-se atrás de Lula. No estudo mais receite do Datafolha, por exemplo, o ex-presidente teria 30% dos votos, contra 36% do atual.

Para tornar o quadro mais nebuloso, a maioria da população brasileira acha que os principais líderes políticos do país não deveriam se candidatar em 2026. De acordo com a pesquisa Quaest, 62 % acham que Lula não deveria se lançar à reeleição. Já o Datafolha divulgou neste final de semana que 67% dos entrevistados querem que Bolsonaro fique de fora do pleito presidencial.

Na prática, o que temos é um duelo de rejeições. Toda vez que isso acontece em uma eleição, o resultado torna-se tão imprevisível como uma disputa de pênaltis em finalíssima de campeonato. Por isso mesmo, Lula é o oponente favorito de Bolsonaro – e vice-versa.

É bastante sintomático, no entanto, que a maioria dos eleitores prefiram um disputa, no ano que vem, sem os principais nomes da política brasileira. E qual seria a razão desta rejeição?

Um dos motivos é o cansaço provocado por anos de polarização política. Este processo criou uma guerra de narrativas que escancarou os defeitos e fraquezas de Lula e Bolsonaro. Ao mesmo tempo, colocou os dois políticos em destaque diário na imprensa e nas redes sociais. Exposição além da conta gera desgaste de imagem e cria oportunidades para que declarações desastradas sejam dadas à imprensa – isso, nos últimos anos, ocorreu com frequência nos dois lados da ribalta política.

O Datafolha pesquisou a rejeição de vários candidatos. Mas, nesta lista, colocou apenas três nomes de esquerda: o próprio Lula, o ministro Fernando Haddad e o ex-governador Ciro Gomes. Os demais são representantes do centro ou da direita: Bolsonaro e família (Eduardo ou Michelle), Pablo Marçal, Ratinho Jr., Romeu Zema, Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite.

Bolsonaro é o que tem a maior rejeição (44%), seguido por Lula (42%). Michelle, Marçal e Eduardo estão praticamente empatados em 27% e 26%. Haddad vem a seguir com 22% e os governadores estão todos com índices inferiores a 20%: Ratinho Jr. possui 17%; Romeu Zema, 15%; Tarcísio, 13%; Caiado, 12%; Eduardo Leite, 12%.

O governador paulista, embora tenha ficado atrás de Lula na simulação do Datafolha, tem motivos para olhar essa pesquisa com otimismo (mesmo que já tenha declarado ser apenas candidato à reeleição). Quando Lula e Bolsonaro saem da disputa, ele é o principal nome da direita a se destacar: Ciro Gomes teria 19%, ele obteria 16% e Fernando Haddad 15%, seguido por Pablo Marçal com 12%. Os demais governadores, neste cenário, teriam entre 7% e 2%.

Com rejeição baixa e projeção nacional crescente, Tarcísio se consolida como um nome forte para 2026 – especialmente quando mais de 60% dos brasileiros não querem que Lula ou Bolsonaro se candidatem. A mensagem dos eleitores é claríssima: eles querem, antes de mais nada, renovação. Tarcísio pode ser o nome que se encaixa neste novo cenário? Sim. Mas tudo vai depender dos próximos passos de Bolsonaro e de seu partido, o PL.

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