Apesar do aumento no lucro operacional no trimestre, tensões comerciais com os EUA geram incertezas para chips e smartphones sul-coreanos
O lucro operacional da Samsung Electronics atingiu 6,6 trilhões de wons (cerca de US$ 4,5 bilhões) no primeiro trimestre de 2025, representando uma alta de 1,7% em relação ao trimestre anterior. Apesar dos números positivos, a gigante sul-coreana enfrenta um cenário desafiador diante das novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo a previsão de resultados divulgada pela empresa nesta terça-feira (8), a receita entre janeiro e março cresceu 4,2%, totalizando 79 trilhões de wons. Na comparação anual, o lucro operacional apresentou leve queda de 0,2%, enquanto a receita teve alta expressiva de 9,8%. Os dados consolidados serão publicados ainda este mês, seguidos por uma teleconferência com investidores.
O desempenho financeiro da Samsung, no entanto, pode ser ofuscado pelo agravamento da guerra comercial liderada por Trump. Na semana passada, o governo americano anunciou tarifas “recíprocas” de 46% sobre produtos vindos do Vietnã — país onde a Samsung fabrica grande parte de seus smartphones exportados aos EUA. Embora os chips produzidos na Coreia do Sul ainda não tenham sido tarifados, o presidente americano sinalizou que essas medidas devem ser ampliadas em breve.
Diante da escalada das tensões, o governo sul-coreano está em negociações com Washington. O ministro do Comércio, Cheong In-kyo, deve se reunir nesta semana com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, em Washington, para tentar amenizar o impacto das tarifas sobre a Samsung e outras empresas.
Especialistas do setor alertam que os consumidores americanos poderão sentir os efeitos das novas tarifas nos preços dos smartphones. “Apple, Samsung, Google e outros players dependem de redes complexas e profundamente integradas, todas fora dos EUA”, destacou a consultoria Counterpoint Research em nota recente. “Os consumidores americanos sentirão o impacto imediato dos preços dos smartphones recém-tarifados em um clima já inflacionário.”
Com uma cadeia de suprimentos que envolve países como China, Coreia do Sul, Taiwan, Índia e Vietnã, tanto a Samsung quanto suas concorrentes devem enfrentar pressão adicional caso as barreiras comerciais sejam mantidas ou ampliadas.
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