Resultado marca o quarto mês seguido de retração no comércio, influenciado por mudanças no calendário de datas comemorativas
O comércio varejista brasileiro encerrou março com retração de 4% nas vendas, em comparação ao mesmo período do ano anterior, já descontada a inflação. Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta terça-feira (8) pela empresa de meios de pagamento controlada por Banco do Brasil e Bradesco.
Este é o quarto mês consecutivo de queda nas vendas do varejo nacional, conforme aponta o levantamento. De acordo com a Cielo, o resultado negativo foi impactado principalmente por efeitos de calendário, como a mudança na data da Páscoa, que em 2025 ocorre em abril — um mês depois do feriado no ano anterior.
“A mudança no calendário afeta diretamente setores como o de Varejo Alimentício Especializado, que engloba chocolaterias e bombonieres”, explicou em nota o vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, Felipe Alves. Segundo ele, esse segmento teve forte influência no desempenho negativo do macrossetor de Bens Não Duráveis, contribuindo também para a retração geral do índice.
Entre os macrossetores analisados, Bens Não Duráveis teve a maior queda, com retração de 5,2%. Bens Duráveis e Semiduráveis caíram 3,1%, enquanto o setor de Serviços recuou 1,8%.
Outro fator apontado pela Cielo foi o Carnaval, que este ano ocorreu em março — diferentemente de 2024, quando foi celebrado em fevereiro. Tradicionalmente, o feriado reduz a movimentação no comércio. “A diferença de calendário, tanto no caso do Carnaval quanto da Páscoa, causou um desbalanço na comparação entre os meses de março de 2024 e 2025”, afirmou Alves.
A retração nas vendas foi registrada em todas as regiões do país, em termos deflacionados. Norte e Centro-Oeste tiveram queda de 4,7%, o Nordeste recuou 4,6%, o Sul caiu 3,9% e o Sudeste encolheu 3,7%.
Apesar do desempenho negativo em volume, o ICVA nominal — que reflete a receita bruta dos varejistas — apontou crescimento de 2,4% no período. As vendas no comércio eletrônico subiram 3,5%, enquanto as transações em lojas físicas avançaram 2,1% em relação a março do ano passado.