Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios

Brasil como destino global de afroturismo

Startup de turismo étnico e inclusão, a Diaspora.Black lidera o projeto Afroturismo no Brasil, em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Até 18 de abril a empresa deve mapear as experiências afroculturais brasileiras capazes de interessar o público internacional. O negócio quer conectar empreendedores negros locais a turistas estrangeiros em roteiros de gastronomia, religiosidade, música e história, com atendimento multilíngue e equipes majoritariamente negras. Fundada em 2016, a Diaspora.Black já impactou pessoas em 18 países com suas experiências e consultorias de valorização da cultura negra.

Disney lança coleção com artistas neurodivergentes

A Disney Brasil lançou o projeto Disney Extraimaginário, que celebra a diversidade por meio de uma coleção de produtos com estampas criadas por artistas neurodivergentes e com deficiências intelectuais. Em parceria com o Estúdio QUE, dez artistas reinterpretaram personagens clássicos em seis coleções usando técnicas de colagem, aquarela e spray. Os itens, com foco em acessibilidade e design inclusivo, serão vendidos por marcas como Jandaia, Riachuelo e Lupo. A iniciativa também prevê oficinas de capacitação e faz parte do programa Disney Future Storytellers. Confira o vídeo do processo criativo:

Desigualdade salarial entre gêneros persiste

Em 2024, as mulheres brasileiras receberam, em média, 20,9% menos que os homens, mantendo a desigualdade praticamente estável nos últimos anos, aponta o 3º Relatório de Transparência Salarial. A situação é ainda mais grave para as mulheres negras, que ganham 52,5% menos que homens não negros. Para mulheres em cargos de alta gestão ou com ensino superior, a diferença salarial chega a 31,5%. Embora tenha havido crescimento na participação feminina no mercado de trabalho — com 6 milhões de novas ocupações entre 2015 e 2024 —, a massa salarial delas se manteve em torno de apenas 37% do total, evidenciando a persistência de barreiras. Caso houvesse igualdade salarial, mais R$ 95 bilhões poderiam ter sido injetados na economia no último ano.

Brics promove concurso para startups de mulheres

O banco de desenvolvimento dos Brics abriu um concurso para startups lideradas por mulheres. As 18 finalistas participarão de uma missão técnica no Rio de Janeiro, entre 1º e 8 de julho, com todas as despesas pagas. A iniciativa quer fortalecer o empreendedorismo feminino e conectar negócios inovadores a oportunidades globais, reforçando o compromisso do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egito, Emirados, Etiópia, Irã e Indonésia) cooperação tecnológica e crescimento sustentável. As inscrições estão abertas até 4 de maio de 2025 e devem ser feitas por meio do site oficial da presidência brasileira do bloco.

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Chocolates sustentáveis da Amazônia ganham espaço

A produção de chocolates na Amazônia tem crescido com foco na sustentabilidade, unindo práticas agroflorestais, ingredientes nativos e valorização de conhecimentos locais. Marcas como Warabu e Ïapó Cacau utilizam cacau amazônico para criar produtos premium, como ovos trufados com geleia de cupuaçu e castanha-do-brasil. A demanda tem impulsionado o segmento, que conta com apoio de programas como o PPBio e investimentos em tecnologia. Em um contexto de crise global no mercado de cacau em razão de problemas climáticos, o Brasil expande a porção de sua produção com maior valor agregado.

Clima pode cortar até 40% da riqueza global

Um estudo da Environmental Research Letters, conduzido por cientistas australianos, alerta que o aquecimento global pode reduzir drasticamente a riqueza mundial, com perdas de até 40% no PIB per capita caso a temperatura média suba mais 4 °C. Mesmo com esforços de mitigação, a previsão é de um aumento de 2,1 °C, o que já representaria uma queda de 16% na média global de riqueza — muito acima das estimativas anteriores. A pesquisa atualiza modelos econômicos para considerar eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. O foco do levantamento é na interdependência das cadeias de suprimento internacionais.

Grupo Nós adota caminhões elétricos na logística

Responsável pelas marcas OXXO e Shell Select, o Grupo Nós firmou parceria com a EVolution Mobility para adotar uma frota de caminhões elétricos em sua operação logística. O objetivo é reduzir as emissões de CO₂, otimizar custos e promover práticas sustentáveis no varejo. A iniciativa, que inclui infraaestrutura de recarga e uso de telemetria avançada, começa com entregas noturnas silenciosas em São Paulo. A previsão é uma redução anual de até 175 toneladas de CO₂.

Paquistão cria geleiras artificiais

Diante da escassez de água agravada pelas mudanças climáticas, comunidades do norte do Paquistão passaram a construir geleiras artificiais conhecidas como “stupas de gelo”, inspiradas em uma técnica criada no Himalaia indiano. Feitas com água canalizada e congelada no ar frio do inverno, essas torres de gelo derretem lentamente na primavera, garantindo irrigação para plantações em vilarejos montanhosos na região de Gilgit-Baltistão. A iniciativa beneficia mais de 16 mil pessoas, permitindo até três colheitas por ano e reduzindo os riscos em uma das regiões do mundo mais afetadas pela escassez hídrica.

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Europa registra março mais quente da história

Março de 2025 foi o mais quente já registrado na Europa, com temperaturas acima da média em grande parte do continente, aponta o observatório Copernicus. Globalmente, foi o segundo março mais quente da história, apenas 0,08°C abaixo do recorde de 2024. A temperatura média global do mês ficou 1,6°C acima dos níveis pré-industriais, mantendo a tendência de aceleração. Além disso, o mês apresentou extremos de precipitação: enquanto Portugal e Espanha sofreram fortes chuvas e inundações, outras áreas da Europa enfrentaram secas severas. O derretimento das calotas de gelo no Ártico e na Antártida também atingiram níveis críticos.

Google.org investe R$ 2 mi em educação climática

Braço filantrópico do Google, a O Google.org lançou um edital que destinará R$ 2 milhões para até dez projetos voltados à educação sobre mudanças climáticas e mídia nas escolas brasileiras. Em parceria com o Educamídia e o Instituto Clima e Sociedade, a iniciativa apoia organizações sem fins lucrativos que promovam formação de educadores, produção de materiais didáticos e oficinas replicáveis. As propostas devem ser enviadas até 22 de abril de 2025 e serão avaliadas com base em critérios como impacto, viabilidade e potencial de escala nas escolas.

Mombak recebe R$ 100 mi do Fundo Clima para reflorestar

Startup especializada em créditos de carbono por reflorestamento, a Mombak será a primeira empresa a receber investimento do Novo Fundo Clima, com um aporte de R$ 100 milhões aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor será usado para ampliar a restauração florestal na Amazônia, focando na biodiversidade e captura de carbono em larga escala, com parcerias locais e geração de empregos. A empresa já captou mais de US$ 200 milhões e atraiu investidores como Google, Microsoft e Fundação Rockefeller. O investimento marca um passo importante na estratégia nacional de mitigação climática, especialmente com a proximidade da COP30 no Brasil.