Trata-se do menor ganho mensal em oito meses, de acordo com a mediana das previsões dos economistas
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos (EUA) caiu 0,1% em março, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (10). A inflação norte-americana acumula alta de 2,4% em 12 meses.
A energia caiu 2,4%, com a queda de 6,3% no índice da gasolina, mais que compensando os aumentos em eletricidade e gás natural. Os alimentos, por outro lado, subiram 0,4%, com o índice de alimentação em casa aumentando 0,5% e alimentação fora de casa avançando 0,4% no mês.
A leitura de março veio abaixo das estimativas do mercado, que esperava uma alta mensal de 0,10% e anual de 2,6%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,1% no mês passado e foi a 2,8% em um ano. A inflação do país desacelerou frente ao segundo mês do ano, quando o CPI subiu 0,2% e o núcleo avançou 0,2%.
O Federal Reserve acompanha de perto a evolução dos preços, uma vez que o resultado das medidas protecionistas de Trump preocupam o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).
“Os dados trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária, mas a progressão futura continua sendo uma preocupação em meio às idas e vindas das tarifas de importação do governo americano, cujos efeitos ainda são incertos. A pausa de 90 dias para a maioria dos países pode aliviar as projeções, mas o impacto da tarifa sobre produtos da China, atualmente em 125%, tem potencial significativo. Em cenários normais, o dado de hoje poderia favorecer o Fed a cortar juros mais cedo (o próximo corte está estimado para junho), mas, em meio à guerra comercial, o discurso baseado em cautela tende a continuar”, analisa Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
