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Acusadora de indicado à Suprema Corte dos EUA quer investigação do FBI antes de depor

Por Lawrence Hurley e Eric Beech

WASHINGTON (Reuters) – Uma mulher que acusou o indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Suprema Corte Brett Kavanaugh de cometer agressão sexual décadas atrás quer que suas alegações sejam investigadas pelo FBI antes de comparecer a uma audiência do Senado, disseram os advogados dela na terça-feira.

O desdobramento complicou ainda mais um processo de confirmação que parecia tranquilo para Kavanaugh, cuja aprovação para o cargo vitalício pode consolidar um controle conservador sobre a maior instância jurídica dos EUA.

Christine Blasey Ford, uma professora universitária da Califórnia, acusou Kavanaugh de atacá-la e tentar despi-la durante uma festa em Maryland em que estava bêbado em 1982, quando ambos cursavam o ensino médio. Kavanaugh classificou as alegações como “completamente falsas”.

O Comitê Judiciário do Senado, que está supervisionando a nomeação, havia convocado uma audiência para segunda-feira para examinar a questão, e a Casa Branca disse que Kavanaugh está pronto para depor.

Em uma carta ao presidente do comitê, o senador republicano Chuck Grassley, os advogados de Christine disseram que é preciso que uma investigação da Polícia Federal norte-americana ocorra primeiro.

“Uma investigação completa de autoridades da lei garantirá que os fatos e as testemunhas cruciais desta questão sejam avaliados de maneira apartidária e que o comitê esteja totalmente informado antes de realizar qualquer audiência ou tomar qualquer decisão”, escreveram os advogados. Uma cópia da carta foi publicada no site do comitê.

Grassley disse não haver razão para adiar o depoimento de Christine e que o convite feito para que ela fale ao comitê na segunda-feira está de pé.

“O depoimento da doutora Ford refletiria seu conhecimento pessoal e sua lembrança dos eventos. Nada que o FBI ou qualquer outro investigador faça teria qualquer relação com o que a doutora Ford contar ao comitê, então não existe razão para mais nenhum adiamento”, disse Grassley em um comunicado.

Os democratas, que já se opunham com firmeza ao indicado, também estão pedindo uma investigação do FBI, algo que os republicanos rejeitaram. Trump e outros republicanos disseram não acreditar que é preciso envolver o FBI.

Uma audiência poderia representar um momento “tudo ou nada” para as chances de confirmação do juiz conservador de um tribunal federal de apelações no momento em que Trump investe no objetivo de inclinar o judiciário federal para a direita.

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