BRASÍLIA (Reuters) – O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que sua campanha irá se associar a quaisquer movimentos de garantia da democracia e citou a entrevista do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que garantiu o respeito ao resultado das urnas.
“Há uma preocupação muito grande das instituições, e nossa também, e a nossa campanha vai se engajar cada vez mais no fortalecimento da democracia”, disse Haddad em Curitiba, ao sair de mais uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos nos associar a todos os movimentos sociais, populares, e a todo movimento institucional, seja de que instituição for, para o fortalecimento da democracia no Brasil. Entendemos que ela está sendo ameaçada diariamente por suposições. Uma hora é urna eletrônica, outra hora sobre o resultado eleitoral, e nós vamos nos associar a todos que defendem a democracia.”
O petista comentava entrevista dada por Toffoli ao jornal Folha de S.Paulo. Ao ser questionado se havia risco de as Forças Armadas não aceitarem o resultado no caso de uma eleição em que vencesse o PT e de que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, poderia dar um autogolpe, o ministro negou esse risco, afirmou que as Forças Armadas respeitam a democracia e a Constituição e que “qualquer que seja o resultado, será respeitado”.
Haddad chamou de movimentos “exóticos” as suspeitas que têm sido levantadas sobre a eleição, mas não chegou a citar o nome de Bolsonaro, que levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. Em seu primeiro vídeo depois de ter sido alvo de uma facada, o candidato do PSL afirmou que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas, inclusive acusando o PT de ser capaz de fraudar a eleição a seu favor.
De acordo com as últimas pesquisas, Bolsonaro poderá vir a disputar um segundo turno com Haddad nas eleições presidenciais.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)