Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) – Bispos católicos da China comparecerão nesta semana a uma reunião importante no Vaticano pela primeira vez, informou a Igreja Católica nesta segunda-feira, depois de um acordo histórico entre a Santa Sé e Pequim.
“Vai haver dois bispos da China continental. Eles foram convidados pelo papa”, disse o cardeal Lorenzo Baldisseri em uma coletiva de imprensa. “Acho que eles já estão a caminho de Roma”.
Os bispos participarão de uma cúpula de um mês, conhecida como sínodo, que começa na quarta-feira para debater o papel dos jovens na Igreja.
“A Santa Sé já convidou bispos da China continental antes, mas eles nunca puderam comparecer”, disse Baldisseri.
Segundo ele, é a primeira vez que o governo chinês permite que bispos deixem o país para acompanhar um sínodo do Vaticano, encontro que ocorre a cada poucos anos para tratar de um tópico específico.
Ele disse se tratar do resultado da melhoria das relações entre o Vaticano e Pequim depois da assinatura do acordo no dia 22 de setembro.
O acordo, que exigiu 10 anos, concede ao Vaticano seu desejo antigo de opinar na escolha dos bispos chineses, mas críticos o rotularam como uma capitulação ao governo comunista.
Os cerca de 12 milhões de católicos chineses se dividiram em uma igreja clandestina leal ao Vaticano e a Associação Católica Patriótica supervisionada pelo Estado.