Por Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) – O ministro do Gabinete do Reino Unido, David Lidington, pediu que seu partido se una para curar as crescentes divisões sobre como deixar a União Europeia, que podem ameaçar a frágil liderança da primeira-ministra Theresa May.
Após uma série de discussões públicas nos últimos dias, Lidington, um aliado próximo de May, disse que todos os lados do partido Conservador, de centro-direita, deveriam se unir para confrontar a oposição do partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn.
“O que eu digo para todos os meus colegas é que a família conservadora precisa se unir em um espírito de respeito mútuo e ver o que o cenário mais amplo está mostrando”, disse Lidington à BBC.
May está lutando para acomodar exigências diversas dentro de seu partido em relação ao melhor caminho para deixar o bloco, o que o Reino Unido precisará fazer até março de 2019.
Em comentários que provavelmente estimularão os apoiadores de uma clara saída do Reino Unido da UE, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a maneira como May está conduzindo o Brexit. Ele disse que adotaria uma linha mais dura nas negociações, em uma entrevista que será transmitida mais tarde neste domingo.
Lidington interveio após uma série de confrontos públicos sobre o Brexit, no último dos quais a ex-secretária da Irlanda do Norte, Theresa Villiers, alertou que o risco de que o Reino Unido permaneça na UE “existe de fato, mas não é reconhecido”.
Villiers, ministra do Gabinete no governo do primeiro-ministro David Cameron, fez campanha para a saída da UE no referendo de 2016 e usou um artigo no Sunday Telegraph para alertar contra um acordo que ela defende que pode levar a uma “diluição do Brexit”.
Muitos apoiadores do Brexit têm expressado preocupação de que o resultado do referendo possa ser traído se o governo concordar com a UE sobre um período de transição de dois anos durante os quais pouco mudaria.
O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, irritou membros de seu partido na semana passada ao dizer que as relações comerciais com a UE poderiam mudar apenas “muito modestamente” após o Brexit.
May passou a parecer vulnerável após convocar uma eleição em junho passado apenas para perder sua maioria parlamentar. Ela continuou no poder em parte porque seu partido segue muito dividido para abrir uma disputa em torno de um potencial sucessor.