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Crédito no Brasil cai 0,6% em 2017, afetado por menor financiamento a empresas, mostra BC

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) – O estoque total de crédito no Brasil encolheu 0,6 por cento em 2017, a 3,086 trilhões de reais, segundo resultado seguido no vermelho e influenciado sobretudo pela queda nos financiamentos voltados às empresas, em meio à lenta recuperação da atividade econômica após a recessão.

“O crédito… iniciou processo de recuperação, que é gradual. Algumas modalidades saíram na frente, e outras não. Ele parece alinhado com recuperação da atividade que a gente viu ao longo de 2017”, afirmou o chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

Com isso, o crédito passou a representar 47,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o BC nesta segunda-feira. Para o ano passado, o BC previa contração de 1 por cento do estoque após a queda de 3,5 por cento em 2016.

Enquanto o saldo geral de financiamentos para pessoas físicas subiu 5,6 por cento em 2017, entre as companhias houve recuo de 7 por cento.

Olhando apenas para o crédito direcionado, linha fortemente impactada pelas operações junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o tombo no estoque de crédito para pessoas jurídicas foi de 11,6 por cento em 2017, enquanto as concessões caíram 17,6 por cento.

O movimento refletiu tanto a mudança na postura do BNDES, cujos desembolsos no ano passado ficaram em níveis historicamente baixos, quanto a cautela das empresas e dos bancos em fazer operações de empréstimos com a recuperação econômica ainda ganhando tração.

E isso se deu apesar do barateamento nas condições de financiamento, por conta dos sucessivos cortes que o BC fez na Selic e que a levou para a mínima histórica de 7 por cento.

Em 2017, os juros médios no segmento de recursos livres — em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras — caíram 11,9 pontos percentuais, alcançando 40,3 por cento em dezembro.

Ainda segundo o BC, a inadimplência no segmento de recursos livres caiu sobre novembro a 4,9 por cento e encerrou o ano com recuo de 0,8 ponto percentual. Trata-se do menor patamar desde setembro de 2015, quando também ficou em 4,9 por cento.

Já o spread bancário –diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final– no segmento de recursos livres diminuiu 8,5 pontos percentuais no ano, ao patamar de 31,8 pontos em dezembro.

Já no segmento de recursos direcionados, destinados a determinados setores ou atividades e regulados em lei, os juros médios recuaram 1,5 ponto percentual no ano, a 9,1 por cento. A inadimplência diminuiu 0,3 ponto, a 1,5 por cento, enquanto que o spread subiu 0,6 ponto no ano, a 4,3 por cento.

Para este ano, o BC tem a expectativa de crescimento de 3 por cento no estoque de crédito, puxado pelas operações de crédito livre e pelo maior fôlego demonstrado pelas pessoas físicas. Mesmo com a recuperação, a estimativa ainda é inferior à inflação medida pelo IPCA esperada para esse ano, de 4,2 por cento, pelo próprio BC.

O BC projeta ainda que o estoque de crédito às famílias subirá 7 por cento neste ano, ao passo que para as empresas o cálculo é de redução de 2 por cento, ainda ela falta de sinais de recuperação do crédito direcionado ligado BNDES.

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