(Reuters) – O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador, que acredita na aprovação da reforma da Previdência até março, reiterando que o sucesso em aprovar a medida terá como consequência a recuperação da nota de crédito do Brasil.
“Eu acho que nós vamos conseguir votar agora em fevereiro (na Câmara) e, portanto, até o mês de março nós teremos, penso eu, liquidado a questão da Previdência”, disse, reforçando a posição do governo de que terá condições de aprovar o texto.
Segundo o presidente, a reforma será “bastante suave” e tem como objetivo evitar cortes e reduções nos pagamentos de pensões e aposentadorias no futuro, como ocorreu em alguns Estados brasileiros e em países como Grécia e Portugal.
Temer reiterou ainda que a aprovação da reforma previdenciária será uma sinalização para os investidores da credibilidade do Brasil, o que acarretaria em uma recuperação da nota de crédito do país.
No início do mês, a agência de rating Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito do Brasil de BB para BB-, o que levou o país para três graus abaixo do selo de bom pagador. No relatório em que explicou o rebaixamento, a agência afirmou que o atraso no avanço das reformas e as incertezas políticas enfraqueceram a posição brasileira.
“A nota de crédito, ela leva em conta o que vai acontecer no país. Então, eles disseram assim ‘talvez a reforma da Previdência não seja aprovada, e por isso nós temos que modificar a nota do país’. Então, digo eu, se nós aprovarmos a reforma da Previdência, que é uma questão de confiança, nós recuperamos a nota também de crédito”, afirmou Temer na entrevista.
Questionado sobre quem apoiará nas eleições presidenciais de outubro, o presidente voltou a dizer que só tomará uma decisão a partir de maio. Pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira revelou que dois possíveis nomes do governo para a disputa, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, têm no máximo 2 por cento de intenções de voto.
Temer também reiterou que gostaria de ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotado nas urnas, em vez de impedido de disputar as eleições devido à Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Edição de Raquel Stenzel)