BRASÍLIA (Reuters) – O governo federal acertou nesta terça-feira o repasse de 200 milhões de reais a Roraima, afirmou o interventor federal do Estado, governador eleito Antonio Denarium (PSL), que pontuou que os recursos serão utilizados para regularização da folha de pagamento, numa solução para as greves generalizadas dos servidores públicos estaduais.
Denarium afirmou que o pedido foi por 500 milhões de reais, para contemplar também a quitação de dívidas e despesas consideradas mais urgentes, como para merendas, transporte escolar e medicamentos.
A União, contudo, apontou suas restrições orçamentárias e limitou o tamanho do repasse, disse ele. A expectativa é que os parlamentares aprovem essa liberação para que ela aconteça, no mais tardar, na semana que vem, destacou o futuro governador.
“Solicitamos intervenção por prazo mais longo na segurança pública e também na Secretaria de Fazenda do Estado. A solicitação oficial foi até 28 de fevereiro”, disse Denarium.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o presidente Michel Temer sugeriu a Denarium que Roraima entre com pedido para ingresso no regime de recuperação fiscal, caminho trilhado pelo Rio de Janeiro e que está sendo analisado pelo Rio Grande do Sul.
Sobre o montante a Roraima, Padilha afirmou que o Executivo encaminhará ao Congresso a abertura de um crédito especial, com “alguma possibilidade de chegar nos valores próximos a 200 milhões de reais”.
IMIGRAÇÃO
Após Temer ter desautorizado Denarium na véspera ao garantir que não há restrição à entrada de venezuelanos no Brasil, o interventor do Estado disse que é necessário fazer um controle dessa entrada e que já conversou com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre o assunto.
“O governo federal tem que fazer algumas ações”, disse ele, citando a interiorização dos venezuelanos para outros Estados.
Mais tarde, ele disse ter recebido a informação de que a Venezuela havia fechado a fronteira, mas que não tinha outros detalhes.
“Tivemos informações que o governo venezuelano fechou a fronteira, então nós vamos tomar conhecimento da situação que se encontra hoje para trazer mais informações ao governo federal”, disse Denarium em rápida entrevista a jornalistas, após se reunir com o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Questionado se a ação venezuelana poderia estar relacionada à presença de aviões bombardeiros russos na Venezuela, Denarium disse não ter mais informações sobre o fechamento da fronteira.
“Na verdade eu não tenho informações completas para passar para vocês hoje. Então prefiro não detalhar esse assunto porque não tenho maiores informações”, acrescentou.
Dois aviões bombardeiros russos capazes de transportar armas nucleares chegaram à Venezuela, país aliado da Rússia, num movimento que enfureceu os Estados Unidos.
(Por Marcela Ayres; reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)