SÃO PAULO (Reuters) – A Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do país, disse que a Justiça aceitou nesta quinta-feira o pedido de recuperação encaminhado por ela na última segunda-feira.
Em nota, a empresa afirmou que o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi deferiu o pedido, que tem como objetivo proteger seus clientes.
A companhia vinha negociando uma injeção de capital mesmo antes do pedido de recuperação, disse à Reuters German Efromovich, cuja família controla a transportadora.
Efromovich, controlador da Avianca Holdings, disse que estava negociando com fundos, mas não citou nomes. Ele também se recusou a detalhar valores.
A Avianca Brasil enfrentou perdas recorrentes e uma série de ações judiciais de reintegração de posse de aviões. Ela perdeu quatro aviões dias antes do pedido de recuperação, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.
Pelo menos 10 outros aviões ainda estão sob disputa e um juiz determinou nesta quinta-feira que a Avianca Brasil pode mantê-los por 30 dias, caso as partes possam chegar a um acordo. Caso contrário, a Avianca Brasil perderá os aviões, pois o locador já possui uma ordem judicial favorável.
A fonte disse que a Avianca deve aos arrendatários cerca de 100 milhões de dólares, além das dívidas a outros fornecedores, incluindo aeroportos, companhias de combustíveis e manutenção, que os registros judiciais apontam para 125 milhões de dólares.
Efromovich disse que estava discutindo o aumento de caixa para a Avianca Brasil enquanto negociava um empréstimo da United Continental. Embora a Avianca Brasil tenha dito antes que era controlada pelo Synergy Group, de Efromovich, ele disse que isso mudou e que uma holding separada controlada por seu irmão José agora é a controladora.
O empresário elogiou um decreto assinado pelo presidente Michel Temer que elimina o teto de 20 por cento sobre o investimento estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras.
Os locadores que conseguiram recuperar os aviões incluem o BOC Aviation de Cingapura e a Constitution Aircraft, uma unidade da Aircastle.
(Por Tatiana Bautzer, Marcelo Rochabrun e Paula Arend Laier)