Por Guy Faulconbridge e Alistair Smout
LONDRES, Inglaterra (Reuters) – O aeroporto de Gatwick, em Londres, reabriu nesta sexta-feira depois de 36 horas de caos aéreo para mais de cem mil passageiros provocado por ao menos um operador de drone que desafiou atiradores de elite da polícia e do Exército.
Depois da maior interrupção nas atividades do segundo aeroporto mais movimentado do Reino Unido desde o surgimento de uma nuvem de cinzas vulcânicas em 2010, os administradores de Gatwick disseram que 700 aviões devem decolar nesta sexta-feira, mas que ainda vai haver atrasos e cancelamentos.
O Reino Unido usou uma tecnologia militar não revelada para proteger o aeroporto do que o secretário britânico dos Transportes, Chris Grayling, disse se acreditar serem vários drones.
“O que está acontecendo no local é uma mistura de medidas tomadas para criar a confiança de que as aeronaves são seguras… algumas destas são recursos militares”, disse Grayling à emissora BBC
Grayling disse ainda não existir “uma solução comercial simples e acessível que resolva automaticamente todos os problemas”.
Não se conhece a motivação do operador, ou operadores, das aeronaves por controle remoto, e a polícia disse não haver nada que indique que a interdição de um dos aeroportos mais movimentados da Europa tenha sido um ataque terrorista.
O pesadelo causado pelos drones em Gatwick é considerado a pior interrupção do tipo já provocada em um grande aeroporto e aponta para uma nova vulnerabilidade que será analisada pelas forças de segurança e pelos operadores de aeroporto de todo o mundo.
Atiradores da polícia e do Exército foram chamados para abater os drones, que se acredita serem de estilo industrial e que voaram perto do aeroporto todas as vezes que este tentou reabrir na quinta-feira.
O gerente-chefe de operações de Gatwick, Chris Woodroofe, disse que o responsável ainda não foi encontrado.
Os voos foram suspensos às 21h03 locais de quarta-feira, depois que dois drones foram vistos voando perto do espaço aéreo. A interdição afetou ao menos 120 mil pessoas.
Os drones, cujas vendas dispararam, vêm se tornando uma ameaça crescente a aeroportos de todo o mundo. No Reino Unido, o número de quase colisões entre drones particulares e aeronaves mais do que triplicou entre 2015 e 2017, e 92 incidentes foram registrados no ano passado.
Usar drones em um raio de 1 quilômetro de distância de um aeroporto britânico pode acarretar cinco anos de prisão.
(Reportagem adicional de Kate Holton)