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Brexit pode passar no Parlamento com garantia para fronteira irlandesa, diz chanceler

LONDRES (Reuters) – O acordo do Brexit da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pode ser aprovado pelo Parlamento britânico se a União Europeia deixar claro que a solução emergencial para a fronteira da Irlanda do Norte será temporária, disse o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, nesta sexta-feira.

A solução emergencial é uma apólice de seguro criada para evitar a volta de verificações na fronteira entre a Irlanda, um membro da UE, e a Irlanda do Norte, administrada por Londres – mas está se mostrando o maior obstáculo a um pacto de separação entre o Reino Unido e o bloco.

May suspendeu uma votação sobre seu acordo de desfiliação no início deste mês por admitir que o Parlamento o rejeitaria. Os parlamentares devem debater o acordo novamente no mês que vem e votá-lo na semana que começa em 14 de janeiro.

A legislatura está profundamente dividida, já que apoiadores e opositores do Brexit rechaçam o plano de May, que visa manter laços estreitos com a UE.

O Reino Unido deve deixar o bloco em 29 de março, e o impasse elevou as chances de um Brexit sem acordo e aumentou o coro a favor de um segundo referendo.

Hunt disse que o acordo da premiê pode ser aprovado pelos parlamentares se a UE deixar claro que a solução emergencial irlandesa terá um limite de tempo.

Críticos temem que a solução emergencial prenda o Reino Unido a uma união aduaneira com a UE indefinidamente, e líderes europeus disseram que não renegociarão o tratado.

“Se for temporária, o Parlamento consegue aceitá-la”, disse Hunt à rádio BBC. “Podemos aprová-lo (o acordo), com certeza podemos”.

Se o acordo de May fracassar, até os principais ministros têm dúvida do que deveria acontecer. Alguns apontam que outro referendo deveria ser cogitado, enquanto outros, inclusive Hunt, preferem um Brexit sem acordo “negociado”. A própria May disse que nenhuma das opções é viável.

Jeremy Corbyn, líder do opositor Partido Trabalhista, disse que ela deveria reconvocar o Parlamento mais cedo para permitir uma votação sobre seu acordo do Brexit, e alertou que se trata de “quando, não se” seu partido tentará forçar uma eleição propondo uma moção de desconfiança do governo.

Os parlamentares não devem retornar antes de 7 de janeiro, e Corbyn disse que o governo está usando o intervalo como uma artimanha para pressionar o Parlamento a aceitar seu pacto ou correr o risco de um Brexit sem acordo.

“O que suspeito é que é uma manobra completamente cínica para acabar com o prazo e oferecer aos parlamentares a escolha entre a cruz e a espada”, afirmou.

(Por Michael Holden)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

(Reporting by Michael Holden; Editing by David Milliken and Gareth Jones)

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