Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – O Ministério Público Estadual de Goiás apresentou nesta sexta-feira denúncia criminal contra o médium João de Deus, que está preso preventivamente há 12 dias sob a suspeita de praticar abusos sexuais durante tratamentos espirituais, em Abadiânia, informou a assessoria de imprensa do órgão.
O médium, de 76 anos, foi denunciado por quatro casos investigados pela Polícia Civil e Ministério Público, dos quais dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
Outros casos ainda estão sob investigação de uma força-tarefa formada para apurar as alegações apresentadas por mulheres, que podem resultar em outras denúncias criminais.
Na quarta-feira, João de Deus, que foi indiciado pela polícia após acusações de abuso sexual feitas por diversas mulheres, tinha prestado depoimento ao MP de Goiás no âmbito da investigação, informou a instituição em nota.
As potenciais vítimas do médium não se restringem ao Brasil. Dentre as mensagens encaminhadas ao Ministério Público, quatro são dos Estados Unidos, três da Austrália, uma da Alemanha, uma da Bélgica, outra da Bolívia e mais uma da Itália, de acordo com o MP.
As primeiras denúncias contra João Teixeira de Faria, que ficou conhecido no Brasil e no exterior pelos atendimentos mediúnicos e cirurgias espirituais que realiza há mais de 40 anos, vieram à tona em um programa da TV Globo.
As acusações das mulheres variam desde toques inadequados até a consumação de relações sexuais. Também há relatos em reportagens segundo os quais João de Deus obrigava as vítimas a praticar sexo oral, enquanto ele supostamente incorporava entidades espirituais.