Por Carolina Mandl
SAO PAULO (Reuters) – O fundador do Banco BTG Pactual SA, André Esteves, retornará ao grupo controlador do banco após a absolvição de acusações de corrupção, de acordo com comunicado à comissão de valores mobiliários divulgado na sexta-feira.
Esteves foi preso em novembro de 2015, depois que promotores o acusaram de tentar comprar o silêncio de uma testemunha envolvida em um esquema de suborno.
Ele foi forçado a deixar seu cargo de CEO e trocar suas ações com direito a voto por ações preferenciais após sua prisão. Um juiz federal brasileiro absolveu Esteves em julho.
O BTG também disse que o sócio Marcelo Kalim, um dos maiores sócios do banco depois de Esteves, está deixando o grupo de controle e sua posição como presidente. Kalim e antigos parceiros do BTG fundaram a startup digital C6Bank.
O ex-ministro da Justiça brasileiro Nelson Jobim, que já é sócio e diretor do BTG, assumirá a posição de Kalim.
O grupo controlador do BTG, formalmente conhecido como G7 Holding para se referir ao número anterior de sócios, passa a ser formado por cinco sócios: o presidente-executivo Roberto Sallouti, Renato Santos, Antônio Porto, Guilherme Paes e André Esteves.
O BTG afirmou no comunicado que nenhum sócio terá participação maior que 30 por cento até dezembro de 2022, sem fornecer mais informações. O banco não comentou imediatamente o assunto.
Após a investigação da corrupção, o banco foi forçado a cortar empregos e perder ativos. Esteves retornou ao banco em abril de 2016, mas apenas como consultor sênior.
O diretor financeiro, João Dantas, disse em agosto que o retorno de Esteves ao banco seria gradual e que o BTG queria evitar erros cometidos no passado.