Por Joey Roulette
ORLANDO, Estados Unidos (Reuters) – Cientistas afirmaram que acreditam que uma sonda da agência especial dos Estados Unidos (Nasa) tenha alcançado a região mais remota do Sistema Solar, no começo da manhã de terça-feira, voando perto de uma rocha espacial de 32 quilômetros de largura e a bilhões de quilômetros da Terra, em uma missão para recolher pistas sobre a criação do Sistema Solar.
O corpo espacial está o mais distante da Terra do que qualquer outro que já teve contato próximo com uma sonda da Nasa, disseram os cientistas.
A sonda New Horizons foi programada para alcançar a “terceira zona” no desconhecido coração do Cinturão de Kuiper, às 0h33, horário da Costa Leste dos EUA (3h33 no horário de Brasília).
Assim que entrar na camada periférica do cinturão, que contém corpos congelados e fragmentos remanescentes da criação do Sistema Solar, a sonda terá a primeira visão da Ultima Thule, uma massa gelada, em forma de um amendoim gigante, usando sete instrumentos a bordo.
Cientistas não tinham descoberto a Ultima Thule quando a sonda foi lançada, de acordo com a Nasa, tornado a missão única nesse aspecto. Em 2014, astrônomos encontraram a Thule usando o telescópio espacial Hubble e a selecionaram para a missão estendida da New Horizon, em 2015.
“Tudo é possível naquela região muito desconhecida”, disse John Spencer, vice-cientista de projetos para a New Horizons, a jornalistas, no laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Lançada em janeiro de 2006, a New Horizon embarcou em uma jornada de 6,4 bilhões de quilômetros em direção à borda do Sistema Solar para estudar o planeta anão Plutão e suas cinco luas.
Durante um voo em 2015, a sonda descobriu que Plutão é um pouco maior do que se pensava anteriormente. Em março, revelou que dunas ricas em metano estavam na superfície congelada do planeta anão.
Depois de percorrer 1,6 bilhão de quilômetros além de Plutão até o Cinturão de Kuiper, a New Horizon agora busca pistas sobre a formação do Sistema Solar e de seus planetas.
Conforme a sonda passa a 3.500 quilômetros da superfície de Thule, cientistas esperam que ela conseguirá detectar a composição química de sua atmosfera e terreno, no que a Nasa afirma ser a observação mais próxima de um corpo tão remoto.
“Estamos sobrecarregando as capacidades dessa nave”, disse o principal investigador da New Horizons, Alan Stern, durante a entrevista coletiva no laboratório da Johns Hopkins. “Não há segundas chances para a New Horizons.”
Enquanto a missão marca o mais distante encontro de um objeto no nosso sistema solar, as Voyagers 1 e 2 da Nasa, um par de sondas espaciais lançado em 1977, alcançaram distâncias maiores em uma missão para estudar corpos extrassolares. As duas sondas ainda estão operacionais.