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Nossa bandeira só será vermelha se for preciso sangue para mantê-la verde e amarela, diz Bolsonaro

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro disse em discurso após receber a faixa presidencial nesta terça-feira que, com sua posse, o povo brasileiro começa a se “libertar do socialismo” e do “politicamente correto” e que a bandeira do Brasil só será vermelha se for preciso sangue para mantê-la verde e amarela.

“Nossa bandeira jamais será vermelha!”, disse Bolsonaro segurando uma bandeira brasileira, enquanto a multidão gritava “mito”. “Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela”, acrescentou, sendo ovacionado pelos milhares de pessoas que acompanharam o discurso feito no parlatório do Palácio do Planalto.

A bandeira foi entregue ao presidente pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pouco antes de Bolsonaro voltar ao parlatório, depois de se despedir de Michel Temer. Com gestos, Onyx sugere que Bolsonaro abane ao público com a bandeira.

Em discurso bem mais inflamado do que o feito na cerimônia de posse no Congresso Nacional, Bolsonaro disse ainda que tem o desafio de enfrentar a crise econômica e o desemprego recorde, ao mesmo tempo que afirmou que terá preocupação com o cidadão de bem e tirará o “viés ideológico” da política externa brasileira.

Durante o discurso, as cerca de 115 mil pessoas que estavam na Esplanada dos Ministérios, de acordo com estimativas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, gritaram também “o capitão chegou” e ovacionaram o novo presidente.

“Me coloco diante de toda a nação, neste dia, como o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”, disse Bolsonaro ao iniciar seu discurso.

“Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros. Ideologias que destroem nossos valores e tradições, destroem nossas famílias, alicerce da nossa sociedade”, afirmou.

O novo presidente, que assume após a disputa eleitoral mais polarizada da história, também retomou temas de sua campanha, como um discurso duro contra a criminalidade e contra o que chama de “viés ideológico” na política externa e na educação, assim como a defesa do combate à corrupção.

“Também é urgente acabar com a ideologia que defende bandidos e criminaliza policiais, que levou o Brasil a viver o aumento dos índices de violência e do poder do crime organizado, que tira vidas de inocentes, destrói famílias e leva a insegurança a todos os lugares”, discursou Bolsonaro.

“Nossa preocupação será com a segurança das pessoas de bem e a garantia do direito de propriedade e da legítima defesa, e o nosso compromisso é valorizar e dar respaldo ao trabalho de todas as forças de segurança.”

Tanto entre os convidados que assistiam o discurso dentro do salão nobre do palácio do planalto quando no público externo, os ataques ao suposto socialismo brasileiro e a questões ideológicas, assim como a abordagem do tema segurança foram os momentos de maior reação.

ECONOMIA

Antes de Bolsonaro discursar no parlatório, em uma quebra de protocolo pouso usual, a primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um discurso usando a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) acompanhado em voz alta por uma intérprete.

A primeira-dama agradeceu o apoio do vereador pelo Rio de Janeiro, filho de Bolsonaro e seu enteado, Carlos Bolsonaro, e de toda a população no período em que o agora presidente ficou hospitalizado por causa da facada de que foi alvo durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG), em setembro.

Assim como fez no discurso no Congresso, Bolsonaro também fez alusão à facada agradecendo por estar vivo.

Embora com menos ênfase do que em seu discurso no Congresso, Bolsonaro também tratou de economia, apontando o enfrentamento da crise econômica e do desemprego como dois de seus desafios e defendendo reformas, sem mencionar a da Previdência.

“Vamos propor e implementar as reformas necessárias. Vamos ampliar infraestruturas, desburocratizar, simplificar, tirar a desconfiança e o peso do governo sobre quem trabalha e quem produz”, afirmou.

Depois do discurso, Bolsonaro recebeu os cumprimentos dos chefes de estado e visitantes estrangeiros e deu posse a seus 22 ministros.

Sérgio Moro, o primeiro a assinar o documento como ministro da Justiça, e o general da reserva Augusto Heleno, do GSI, foram os mais aplaudidos.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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