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Cemig busca vender fatias em 5 blocos de óleo e gás na BA e MG em 18 de janeiro

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A elétrica mineira Cemig vai realizar uma oferta pública de participação em cinco blocos para exploração de petróleo e gás em 18 de janeiro, quatro deles na Bacia do São Francisco, no Norte de Minas Gerais, e um na Bacia do Recôncavo, na Bahia, disse à Reuters um executivo da companhia.

As parcelas da Cemig nos blocos em questão (SF-T-104, SF-T-114, SF-T-120, SF-T-127 e REC-T-163), de 24,5 por cento em cada um deles, serão vendidas em conjunto, e o lance mínimo por elas será de 20,5 milhões de reais.

Em entrevista por telefone, engenheiro de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Anderson Fleming de Souza, explicou que a iniciativa da elétrica tem como objetivo deixar de vez o setor de petróleo, em meio a um programa bilionário de desinvestimentos, que busca focar em ativos estratégicos.

“O programa de desinvestimento definiu que esse negócio (petróleo e gás) não faz parte do ‘core’ da empresa”, afirmou.

Os blocos estão ainda em fase de prospecção e os consórcios responsáveis por eles realizaram atividades previstas no Programa Exploratório Mínimo, conforme compromisso assumido com a ANP.

Souza reconheceu que o fato de quatro ativos estarem na Bacia do São Francisco, considerada de nova fronteira, poderá ser um “dificultador para as vendas”, uma vez que concorre com ativos maduros, já em produção, que estão à venda pela Petrobras.

“A Petrobras está vendendo blocos de bacias maduras, onde já tem oportunidade de produção imediata e aqui, esses blocos, os quatro deles, são somente de áreas de nova fronteira e que demanda ainda atividade de prospecção. Então talvez isso afaste o interesse”, ponderou Souza.

No entanto, o executivo destacou que a intenção da empresa é fazer a oferta, conforme o planejado, para atender o programa de venda de ativos e sinalizar ao mercado o foco dos investimentos da empresa daqui em diante.

Segundo as regras do leilão, que será realizado em uma sala, na sede da empresa em Minas Gerais, valores menores poderão ser aceitos pela Comissão Especial de Alienação, mediante deliberação e aprovação prévia da Cemig.

As empresas interessadas tem até o dia 14 de janeiro para realizar inscrição e serem habilitadas. Um dataroom foi disponibilizado para interessados.

Os cinco blocos foram arrematados pela Cemig em 2008, na 10ª rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo, da agência reguladora ANP, sob regime de concessão.

Nas concessões SF-T-104, SF-T-114 e REC-T-163, a Cemig tem como sócios a Codemig (24,5 por cento) e a Imetame (operadora, com 51 por cento), enquanto nas SF-T-120 e SF-T-127, os sócios da elétrica são Codemig (24,5 por cento) e Cemes (operadora, com 51 por cento).

Segundo a Cemig, os blocos em Minas Gerais trazem expectativa de existência de gás, devido a evidências coletadas nas pesquisas já realizadas pelos consórcios da Cemig e outros na região.

“Entretanto, ainda não é possível dimensionar as reservas potenciais de hidrocarbonetos, pois se trata de uma bacia de ‘nova fronteira’, ou seja, existe pouca informação geológica no que diz respeito a recursos existentes”, disse a Cemig em nota à Reuters.

No caso do bloco na Bahia, a elétrica informou que há expectativa de petróleo, considerando ser uma bacia madura e com atividades produtivas na região do entorno da área em estudo.

A venda faz parte de um plano bilionário de venda de ativos da Cemig, colocado em prática em 2017 para restabelecer o equilíbrio financeiro. Ativos não estratégicos, ou com participações pouco relevantes, foram considerados prioritários para a inclusão no programa.

(Por Marta Nogueira)

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