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Paris tem dia de confrontos em novo ato de “coletes amarelos” contra Macron

Por Richard Lough e Elizabeth Pineau

PARIS (Reuters) – Manifestantes atearam fogo em motos e incendiaram barricadas no sofisticado Boulevard Saint Germain de Paris, neste sábado, quando protestos contra os altos custos de moradia e as políticas do presidente Emmanuel Macron se tornaram violentos.

As marchas de rua dos chamados “coletes amarelos” começaram pacificamente na capital francesa, mas degeneraram à tarde para cenas de violência quando os manifestantes entraram em confronto com a polícia de choque que bloqueava pontes sobre o rio Sena.

Os oficiais dispararam gás lacrimogêneo para impedir que os manifestantes cruzassem o rio e chegassem à Assembléia Nacional. Um restaurante flutuante foi incendiado e um policial ficou ferido ao ser atingido por uma bicicleta arremessada de uma rua acima da margem do rio.

Os “coletes amarelos” protestaram em Paris e outras cidades para destacar as dificuldades que enfrentam e a percebida indiferença de Macron, um dia depois que o governo endureceu a posição contra os manifestantes.

Dois meses depois de começarem a bloquear as estradas, ocupando pedágios nas rodovias e organizando, em algumas ocasiões, manifestações violentas nas ruas de Paris, os “coletes amarelos” tentam dar um novo impulso ao movimento, enfraquecido nos feriados de fim de ano.

Abalado pelos protestos, o governo de Macron começou o ano novo na ofensiva, classificando os manifestantes remanescentes como agitadores que tentam derrubar o governo. A polícia prendeu na noite de quarta-feira uma das figuras proeminentes do movimento.

No início da tarde de sábado, milhares de manifestantes vestidos com as jaquetas de alta visibilidade que deram origem ao nome do movimento marcharam pacificamente da avenida Champs Elysees pelo centro de Paris, antes do início dos atos de violência.

Alguns cantavam o hino nacional “La Marseillaise”, outros acenavam com faixas dizendo “Macron, renuncie!” e “Acabe com os privilégios da elite”.

A loja de departamentos Galeries Lafayette fechou brevemente as portas, mas lojas e restaurantes de luxo em geral permaneceram abertos.

Os protestos são motivados pela insatisfação dos trabalhadores e da classe média baixa pelo arrocho da renda familiar e a crença de que Macron não dá ouvidos às necessidades dos cidadãos comuns ao promulgar reformas vistas como favoráveis aos ricos.

Milhares de pessoas se reuniram em Bordeaux, no sudoeste, em Rouen, no norte, e em Marselha, no sudeste, embora em menor número do que nas primeiras semanas de manifestações.

Os protestos –18 meses após o início do mandato de Macron e de seus esforços para reformar a economia– já forçaram o presidente de 41 anos a fazer concessões.

No mês passado, Macron prometeu redução de impostos para os aposentados, aumentos salariais para os trabalhadores mais pobres e o abandono dos aumentos planejados de impostos para acabar com os protestos, a um custo para o Tesouro de 10 bilhões de euros.

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