BRASÍLIA (Reuters) – Os detalhes da proposta de reforma da Previdência que será levada ao Congresso pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ainda estão em aberto, disse nesta terça-feira o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao chegar para uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O chefe da Casa Civil disse que se reuniria com o chefe da equipe econômica para tratar das propostas de alterações nas regras previdenciárias, assim como de uma medida provisória que buscará combater fraudes em benefícios.
“Está tudo sendo discutido, está tudo em aberto. As equipes vão apresentar hoje e hoje nós vamos fazer uma reflexão sobre isso. Vamos entre hoje e amanhã, até sexta feira, preparar para na próxima semana poder apresentar ao presidente da República”, disse o ministro.
Na conversa com jornalistas, Onyx também disse que os detalhes da proposta devem ser levados a Bolsonaro para que ele possa fazer suas escolhas antes de viajar para Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial no final deste mês.
“Concluído as nossas análises de hoje, muito provavelmente no início da próxima semana vai ser apresentado ao presidente da República para que ele então, ainda antes da viagem a Davos, ele possa fazer a escolha dos caminhos e depois nós vamos fazer a finalização dela e discutir entre nós a estratégia para a apresentação”, disse Onyx ao chegar para o encontro com Guedes.
Indagado sobre se os parâmetros de idade mínima eram os que o presidente havia estabelecido, Onyx reconheceu que a palavra de Bolsonaro “tem força”, mas afirmou que os técnicos que trabalham com Guedes ainda estão trabalhando em cenários para a reforma.
“É claro que a definição do presidente tem muita força, mas os técnicos estão trabalhando e vamos ver o que é que eles vão nos apresentar”, afirmou.
Em declarações na semana passada, Bolsonaro disse que as idades mínimas para aposentadoria poderiam ser 62 anos para homens e 57 anos para mulheres. “A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, e não aquela que está na minha cabeça ou na da equipe econômica”, disse o presidente em entrevista ao SBT.
(Reportagem de Mateus Maia)