BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil se retirou de um pacto da Organização das Nações Unidas (ONU) para lidar com o crescimento da migração, juntando-se aos Estados Unidos e a um número crescente de países na rejeição ao acordo, disse um diplomata brasileiro a par do assunto nesta terça-feira.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse no mês passado, antes do presidente Jair Bolsonaro e dele próprio tomarem posse, que tinha intenção de retirar o país do acordo.
O Ministério das Relações Exteriores se recusou a comentar.
Araújo disse que o pacto internacional é um “instrumento inadequado” para lidar com a questão e que os países devem estabelecer suas próprias políticas.
Com um recorde de 21,3 milhões de refugiados em todo o mundo, a ONU começou a trabalhar no acordo não-vinculante depois de mais de 1 milhão de pessoas chegarem à Europa em 2015, muitos fugindo da guerra na Síria e da fome na África.
O acordo, que trata de questões sobre como proteger migrantes, integrá-los e enviá-los para casa, tem sido criticado pela maioria dos políticos de direita na Europa que afirmam que ele aumentará a imigração.
Todos os 193 membros da ONU, exceto os EUA, concordaram com o texto do pacto em julho, mas somente 164 –incluindo o Brasil– o ratificaram formalmente.
Araújo disse que o Brasil continuará a aceitar refugiados da vizinha Venezuela, mas que o ponto fundamental é restaurar a democracia naquele país.
(Reportagem de Anthony Boadle)