ROMA (Reuters) – O ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti chegou a Roma nesta segunda-feira após ser expulso da Bolívia, seu último esconderijo, quase quatro décadas após ter fugido de uma prisão italiana.
Battisti, de 64 anos, foi condenado à revelia à prisão perpétua por seu envolvimento em quatro assassinatos –dois policiais, um joalheiro e um açougueiro– nos anos 1970 como membro do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo.
O governo italiano comemorou a volta de Battisti. O ministro do Interior, Matteo Salvini, de extrema-direita, agradeceu ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por prometer extraditar Battisti, o que o levou a fugir para a Bolívia.
“Com ao menos quatros assassinados em sua consciência,(Battisti) viveu muito bem entre Paris e Rio de Janeiro por muitos anos, graças também à cumplicidade de governos estrangeiros”, disse Salvini em entrevista à TV estatal RAI.
Salvini e o ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, aguardaram a chegada de Battisti no aeroporto Ciampino, em Roma. Battisti desembarcou escoltado por policiais e sorriu ao caminhar pela pista.
Battisti foi preso no sábado na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra por uma equipe da Interpol.
Depois de fugir em 1981, ele morou na França e mudou-se para o Brasil para evitar a extradição. Battisti, que tem um filho brasileiro de 5 anos, morou no Brasil com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, o presidente Jair Bolsonaro havia prometido devolver Battisti à Itália.
(Reportagem de Antonio Denti e Angelo Amante)