Por Michael Martina e Philip Wen
PEQUIM (Reuters) – Um canadense condenado à pena de morte por tráfico de drogas na China irá recorrer, disse seu advogado nesta terça-feira, argumentando que o tribunal não deveria ter aumentado a sentença de seu cliente, uma vez que nenhuma evidência nova foi apresentada durante o novo julgamento.
A sentença dada a Robert Schellenberg na segunda-feira compromete ainda mais a relação entre a China e o Canadá, que está desgastada desde o início de dezembro quando a polícia canadense prendeu Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei Technologies, com um mandado de extradição norte-americano.
Schellenberg havia recorrido contra sentença de 15 anos de prisão por traficar 222 kg de metanfetaminas. Entretanto, ao final do novo julgamento, o Tribunal Popular Intermediário de Dalian aumentou a sentença para pena de morte.
Schellenberg é o terceiro canadense acusado de violar a lei chinesa desde que Meng foi presa no Canadá a pedido de autoridades dos Estados Unidos como parte de uma investigação sobre supostas violações de sanções comerciais norte-americanas.
Os outros dois canadenses são o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor — ambos detidos por suspeita de ameaçarem a segurança nacional chinesa.
A China não relaciona nenhum desses três casos com a prisão de Meng.
O advogado de Schellenberg, Zhang Dongshuo, disse que seu cliente recorrerá da decisão.
Antes, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que é de “extrema preocupação” que a China tenha escolhido “aplicar arbitrariamente” a pena de morte contra um cidadão canadense.