Por Maki Shiraki e Naomi Tajitsu
TÓQUIO (Reuters) – O co-presidente de um comitê montado pela montadora japonesa Nissan para examinar as acusações de má conduta financeira contra o presidente deposto Carlos Ghosn disse acreditar que ele tenha tido conduta ética “questionável”.
Ghosn tem nas costas três acusações de má conduta financeira e está detido em Tóquio desde sua prisão no dia 19 de novembro. Ele nega as acusações, que incluem sonegação de seu próprio salário por oito anos e transferência temporária de perdas financeiras pessoais para os balanços da Nissan.
“Tendo lido o relatório sobre a investigação interna, minha impressão inicial foi de que o diretor da empresa pode ter tido padrões éticos questionáveis”, disse o co-presidente do comitê, Seiichiro Nishioka, neste domingo, depois que o grupo realizou sua primeira reunião.
As ligações para os advogados de Ghosn em Tóquio não foram atendidas.
Nishioka, um ex-juiz, acrescentou que também viu problemas na direção da Nissan, incluindo o processo de determinação de remuneração para diretores.
O comitê, composto por três diretores externos da Nissan e quatro membros terceirizados, espera se reunir três ou quatro vezes antes de fazer recomendações ao conselho da Nissan em março sobre como deixar mais rigorosos os processos de remuneração de diretores e seleção de presidentes.
Todos os sete membros participaram da primeira reunião em Tóquio, incluindo Jean-Baptiste Duzan, diretor externo da Nissan na França.
Durante quatro horas, eles discutiram assuntos como, por exemplo, quanto poder vinha sendo concentrado nas mãos de Ghosn durante anos, revelou Nishioka, e possíveis maneiras de evitar esse problema no futuro.
Nishioka acrescentou que tal concentração de autoridade em um só executivo é algo “questionável”.