BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil abriu 529.554 vagas formais em 2018, criando postos de trabalho pela primeira vez desde 2014, num reflexo da melhoria da atividade econômica embora o número de desempregados siga alto no país.
Segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia, este também foi o melhor resultado anual desde 2013, quando foram abertos 1,139 milhão de postos no país. Em 2014 foram criadas 420.690 mil vagas de trabalho.O resultado de dezembro, tradicionalmente negativo, foi de fechamento de 334.462 vagas, pior que pesquisa Reuters com analistas, que indicava encerramento de 328.600 empregos. [BRPROL=ECI] Dos oito setores pesquisados em dezembro, apenas o comércio exibiu desempenho positivo, com criação de 19.643 vagas. Na outra ponta, os destaques negativos foram o fechamento de postos na indústria da transformação (-118.053), no setor de serviços (-117.411) e na construção civil (-51.576).
Apesar da forte melhoria no consolidado do ano, após um fechamento de 11.964 postos em 2017, o dado de dezembro veio mais fraco que o registrado um ano antes, quando foram encerradas 328.539 vagas. Seguindo o clima da retomada econômica, somente em dezembro houve mais demissões que admissões na análise de todos os meses de 2018, conforme série com ajustes do Caged. Ainda assim, são pouco mais de 12 milhões de desempregados no Brasil, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a taxa de desemprego teve sua oitava queda consecutiva no trimestre até novembro.
“Pela primeira vez desde 2014 estamos tendo inflexão positiva dos números do emprego formal do Brasil”, disse o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.
Ele ressaltou que o “equívoco das políticas econômicas” resultou na diminuição drástica das vagas nos últimos anos e que “esses erros não podem se repetir no futuro”.
Segundo Marinho, o governo de Jair Bolsonaro irá aprofundar as mudanças na legislação trabalhista para melhorar o quadro do emprego formal no país. Ele disse ainda que a expectativa é que o resultado de 2019 seja mais robusto que o de 2018, embora não tenha detalhado números.
(Por Marcela Ayres)