BRASÍLIA (Reuters) – O MDB reúne sua bancada no Senado nesta terça-feira, mas só deve definir que nome irá oferecer para a presidência da Casa na quinta-feira, afirmou o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR).
Segundo ele, o ideal é que a bancada tenha consenso em torno de um nome. Atualmente dois senadores concorrem pela indicação dos pares: a senadora Simone Tebet (MS), que lançou oficialmente sua candidatura, e Renan Calheiros (AL), que tem negado sua intenção de disputar o posto, mas articula nos bastidores.
“Não está definido, não será definido hoje”, disse Jucá ao chegar para a reunião. “É um processo que vai ser concluído só na quinta-feira”, afirmou.
Na sexta-feira, o Senado se reúne para escolher, por meio de votação secreta, seu próximo presidente. Tradicionalmente, a maior bancada –atualmente a do MDB–, tem o direito de indicar um nome para o comando da Casa.
Jucá explicou que a reunião desta terça é a primeira de muitas conversas e que trabalha pela unidade da bancada. Para ele, é natural que os interessados em disputar a presidência se coloquem e busquem o convencimento de seus pares, e não há risco de a bancada sair do processo dividida.
O senador não descarta, ainda a possibilidade de uma candidatura avulsa.
“A candidatura avulsa, ou de outros partidos, já aconteceu aqui no Senado e a gente espera que, no caso aqui do MDB, possa não acontecer”, afirmou.
“É melhor nós termos a unidade, até para podermos atrair outros partidos para construir uma mesa proporcional, comissões proporcionais, enfim”, defendeu.
Além de Renan e Simone, senadores de outros partidos alimentam a intenção de disputar a presidência do Senado. Esse é o caso de Major Olimpio (PSL-SP) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Jucá reafirmou que o MDB terá postura independente, e que continuará defendendo a reforma da Previdência.
“O MDB pautou a reforma da Previdência no debate político. O MDB tem uma proposta econômica clara. Nós fizemos isso no governo do MDB de Michel Temer, arrumamos o país.”
Questionado se o partido, na presidência do Senado, funcionará como uma garantia da governabilidade do governo do presidente Jair Bolsonaro –um dos pontos levantados como trunfo da senadora Simone Tebet–, Jucá afirmou que isso não depende “só de um partido político ou de uma Casa Legislativa”.
“A governabilidade é um conjunto”, argumentou. “O MDB tem compromisso com o Brasil, tem responsabilidade. Na verdade nós não somos aliados ao grupo do governo. Nós não temos responsabilidade na governabilidade. Governabilidade é um tema que está afastado no MDB.”
“O MDB passou 20 e tantos anos responsável pela governabilidade e foi um peso muito grande.”
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)