O Ibovespa interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas nesta terça-feira (5), em um dia marcado pelo recuo nas ações do Itaú Unibanco e dúvidas em relação à reforma da Previdência. O índice fechou o pregão com queda de 0,28%, aos 98.311 pontos, após ter renovado sua máxima histórica na segunda (4).
O mercado adotou uma posição mais cautelosa após o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmar que Jair Bolsonaro não concorda com a ideia de igualar a idade mínima para homens e mulheres se aposentarem, como consta na minuta do texto da reforma previdenciária que vazou na segunda. Ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni disse que a proposta elaborada pela equipe econômica ainda vai passar por modificações antes de chegar ao governo, e que a palavra final vai ficar com Bolsonaro.
Por outro lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça que o texto vazado é apenas uma das opções desenhadas pelo seu time, e que a meta é economizar R$ 1 trilhão entre 10 e 15 anos. A fala do “posto Ipiranga” de Bolsonaro ajudou a amenizar as perdas da bolsa brasileira, assim como a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que pretende arregimentar os votos necessários para aprovar a reforma em até dois meses.
No âmbito corporativo, a baixa de 4,26% nas ações do Itaú Unibanco foi especialmente prejudicial ao índice, após o banco divulgar resultado abaixo do esperado no quarto trimestre de 2018. Entre os demais papeis mais negociados do dia, três se valorizaram: preferenciais da Petrobras (0,08%), Bradesco (0,04%) e Banco do Brasil (2,92%). As ações da Vale caíram 0,09%. A Fertilizantes Heringer viu seus papeis recuarem 30,41% depois de informar ao mercado que entrou com pedido de recuperação judicial na segunda.
O dólar comercial teve queda de 0,16%, negociado por R$ 3,67, depois de duas altas seguidas.