As aplicações financeiras de pessoas físicas no Brasil somaram R$ 2,9 trilhões no ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (11) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Excluindo os investimentos em previdência na categoria private banking, que engloba investidores com pelo menos R$ 3 milhões aplicados em instituições financeiras, o volume total foi de R$ 2,8 trilhões, alta de 9% em relação a 2017. Apesar de o avanço percentual ter sido menor na comparação com 2015, 2016 e 2017 – 10,1%, 11,6% e 11,4%, respectivamente –, o número ficou acima da taxa Selic, que chegou à mínima histórica (6,5% ao ano) em março e se mantém neste patamar desde então.
Entre os setores pesquisados, o que mais avançou foi o varejo de alta renda, com alta de 12,1%, para R$ 872,6 bilhões, enquanto private banking cresceu 10,7%, para R$ 966,2 bilhões, e o varejo tradicional subiu apenas 4,7%, para 958,7 bilhões. Nesta última categoria, de renda mais baixa, a poupança segue disparada como investimento mais popular dos brasileiros, concentrando 64,6% dos recursos, contra 12,8% no varejo de alta renda. Levando em consideração as duas categorias do varejo juntas, que somaram R$ 1,8 trilhão em 2018, o destaque ficou para o aumento de aplicações de risco: fundos de multimercados (33%), de ações (51,3%) e diretamente em ações (40,7%). “Isso está muito relacionado ao cenário econômico que tivemos, com uma taxa de juros mais baixa, que favoreceu investimentos de maior risco”, afirmou Claudio Sanches, vice-presidente do Comitê de Varejo da Anbima, em teleconferência com a imprensa.