Por Andreas Rinke e Michelle Martin
BERLIM (Reuters) – Os conservadores da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão) acertaram nesta quarta-feira um acordo de coalizão, deixando a maior potência econômica da Europa mais próxima da formação de um novo governo depois de meses de incerteza que preocuparam aliados e investidores.
Em uma medida que deve representar uma guinada na política alemã para a zona do euro, a mídia noticiou que o SPD ficará com o Ministério das Finanças, um posto até recentemente ocupado pelo conservador Wolfgang Schaeuble, amplamente desprezado em países da zona do euro em dificuldades durante sua permanência de oito anos devido ao seu foco rígido na disciplina fiscal.
No começo da semana o líder do SPD, Martin Schulz, disse que seu partido conseguiu que um acordo com os conservadores encerre a “austeridade forçada” e estabeleça um orçamento de investimentos para a zona do euro.
Ceder o crucial Ministério das Finanças leva a crer que os conservadores tiveram que fazer grandes concessões ao SPD para acertar uma renovação da ‘grande coalizão’ que vem governando a Alemanha desde 2013 e garantir um quarto mandato para Merkel.
Abalado por seu pior desempenho eleitoral no pós-guerra, o SPD planejava se reformular na oposição e só concordou em conversar sobre a coalizão com relutância –mas seus 464 mil membros ainda têm chance de vetar um acordo em uma votação pelo correio.
A maior economia europeia se manteve aquecida enquanto as conversas se arrastavam, o que dá a entender que pode haver mais espaço para gastos e investimentos do governo.
Em uma mensagem publicada ao lado de uma foto de Schulz e de outros negociadores do SPD sorrindo, estes últimos escreveram: “Cansados mas felizes. Existe um tratado! Finalmente. Agora os detalhes finais estão sendo incorporados ao texto.”
O acordo deve permitir que o país reassuma seu papel de liderança nos assuntos internacionais e, ao menos por ora, ponha fim às dúvidas sobre quanto tempo Merkel permanecerá no cargo.
Todos os 91 negociadores devem se reunir às 14h (hora local)para dar o sinal verde ao acordo, disseram negociadores.