BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), reconheceu nesta quinta-feira a possibilidade de a votação da reforma da Previdência ficar para novembro e afirmou que um adiamento dessa votação não seria uma catástrofe.
O senador, que disse considerar o tema prioritário, avaliou ainda que a proposta elaborada pelo governo não foi divulgada de forma eficiente para a população.
“Ela começou muito mal vendida para a sociedade… a comunicação não foi a comunicação adequada”, afirmou a jornalistas.
Segundo ele, uma vez votada pela Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seguirá trâmite “natural” no Senado, mas com a celeridade que uma matéria “prioritária” exige.
“Agora, se por acaso não acontecer a votação na Câmara dos Deputados, e eu dizia que a gente tem até novembro… comecinho de dezembro — não estou dizendo que vai votar no segundo semestre, pode ser votada ainda neste semestre, ou não — … nenhum candidato a presidente da República terá condições de fugir desse debate se essa reforma não for aprovada agora”, disse.
O governo atua em várias frentes para votar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados ainda em fevereiro. Na quarta-feira, divulgou um texto com novas concessões, na expectativa de angariar mais votos.
Por se tratar de uma PEC, a medida precisa de 308 votos favoráveis entre os 513 deputados, em dois turnos de votação. Depois, ainda precisa ser analisada pelo Senado. Se for modificada pelos senadores, a proposta volta para a Câmara dos Deputados, e permanece nesse vaivém até que as duas Casas concordem sobre o texto.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)