Na adolescência, Ozires Silva não se conformava com o fato de o Brasil, país de Santos Dumont, o pai da aviação, não ter uma fabricante de aviões. Como oficial da Aeronáutica e engenheiro, desenvolveu o Bandeirante, uma aeronave para voos regionais e convenceu o presidente Artur da Costa e Silva a criar a Embraer – na época uma estatal.
Ozires foi nomeado o primeiro presidente da empresa, que foi privatizada em 1994. Entrou para a história do empreendedorismo nacional por participar do caso mais bem-sucedido de política industrial de um país notório por gastar fortunas subsidiando empresas ineficientes. Perto de completar 50 anos, a companhia é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e já entregou mais de 8 mil aeronaves.
Após 17 anos na Embraer, Ozires ocupou a presidência da Petrobras e foi ministro da Infraestrutura, no governo de Fernando Collor. Voltou à antiga casa em 1991 para conduzir o processo de privatização da Embraer. “Se deixássemos a Embraer como estatal, tenho certeza que ela não existiria mais”, afirmou. Ou existiria: mas como mais uma estatal deficitária e ineficiente.