O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (6) em queda de 1,04%, aos 95.009 pontos, na sua baixa mais expressiva desde o dia 17 de abril. O dólar comercial subiu 0,48%, cotado a R$ 3,96.
O índice acompanhou as principais bolsas globais, que despencaram um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que o país vai aumentar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China, de 10% para 25%, na próxima sexta-feira (10). Trump também informou que o governo americano vai taxar em 25% outros US$ 325 bilhões sobre produtos chineses – hoje isentos de tributação.
“A declaração de Trump reverteu as expectativas do mercado, que esperava uma evolução mais tranquila nas negociações comerciais entre EUA e China”, afirma Álvaro Frasson, analista da corretora Necton. Na sua opinião, o anúncio “claramente faz parte da estratégia de negociação” do presidente americano, que pressiona os chineses por um acordo mais vantajoso para o país.
Apesar do forte recuo, a bolsa brasileira foi beneficiada pela alta de aproximadamente 1% no preço internacional do petróleo, que amenizou as perdas da Petrobras na sessão. A B3 chegou a atingir os 94.540 pontos na mínima do dia, mas amenizou as perdas a partir do meio-dia.
Porém, o resultado desta segunda reacende o “fantasma de maio” para o mercado acionário, que não tem tido um bom desempenho no mês durante os últimos anos. O último avanço do Ibovespa para maio foi em 2009. No ano passado, a greve dos caminhoneiros fez o índice despencar 10,87% no período; em 2017, o “Joesley Day” fez a bolsa cair 4,12% no mês.
Para Frasson, a superação desse “tabu” depende de uma melhora no cenário doméstico, com os investidores à espera de uma definição em torno da reforma da Previdência. “Neste momento, a bolsa depende mais de questões domésticas”, analisa.
Entre as cinco ações mais negociadas do dia, apenas as da Magazine Luiza fecharam em alta (2,02%). Os papeis preferenciais da Petrobras (-0,30%), Vale (-1,47%), Itaú Unibanco (-2,20%) e Bradesco (-2,70%) registraram queda.