(Reuters) – O Ministério Público Federal no Distrito Federal pediu nesta sexta-feira que o ex-ministro Geddel Vieira Lima seja condenado a 7 anos de prisão por obstrução de Justiça no processo em que é acusado de tentar dificultar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro nas operações Sépsis e Cui Bono.
Segundo o MPF do Distrito Federal, Geddel ligou constantemente para a mulher de Funaro com objetivo de monitorá-lo e buscar impedir que ele assinasse acordo de colaboração com a Justiça.
“Dessa forma, era incutida em Lúcio Funaro a apreensão e o temor por represálias, para que não colaborasse espontaneamente com as investigações, causando, portanto, embaraço a investigação de crimes praticados por organização criminosa”, disseram os procuradores nas alegações finais do processo.
Ao fazer o pedido da pena, os procuradores disseram que levaram em conta o fato de Geddel ser ministro à época dos fatos. Aliado próximo do presidente Michel Temer, Geddel foi ministro da Secretaria de Governo do emedebista.
“Sua conduta foi extremamente reprovável em comparação com qualquer outro agente em crimes que tem relação com o poder público. O acusado, como ministro de Estado, praticou crime em nome da cúpula política que atuava no próprio governo federal, traindo a confiança do povo brasileiro e ofendendo, por consequência, os titulares do poder soberano que devem ser respeitados no sistema democrático do país”, acrescentaram os procuradores.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)