Por Olivia Kumwenda-Mtambo e Alexander Winning
JOHANESBURGO (Reuters) – O partido governista da África do Sul decidiu nesta terça-feira destituir Jacob Zuma como chefe de Estado, disseram duas fontes, após negociações sobre o destino de um líder que dividiu o país após anos no poder marcados por escândalos.
A decisão da executiva nacional do Congresso Nacional Africano (CNA) aconteceu após 13 horas de deliberações tensas e uma breve discussão cara a cara entre Zuma e seu provável sucessor, o vice-presidente Cyril Ramaphosa.
Ramaphosa, líder sindical e advogado, foi eleito chefe do CNA em dezembro ao derrotar a ex-esposa de Zuma, Nkosazana Dlamini-Zuma.
Apesar da decisão de destituir Zuma, a mídia nacional diz que o político de 75 anos pode ainda desafiar a ordem do partido, forçando-o a ter que afastá-lo do Parlamento.
Pouco antes da meia-noite, a emissora estatal SABC disse que Zuma foi informado pessoalmente por Ramaphosa que tinha 48 horas para renunciar. Uma fonte do partido disse depois à Reuters que Zuma deixou claro que não sairia.
“Cyril foi falar com ele”, disse a fonte, acrescentando que as discussões foram “tensas e difíceis” quando Ramaphosa voltou à reunião do CNA em um hotel perto de Pretória.
“Decidimos remover Zuma”, disse a fonte. Outra fonte do partido disse que o secretário-geral do partido, AceMagashule, que é leal a Zuma, foi vê-lo na terça-feira pela manhã para dizer a ele formalmente a decisão do partido.
O CNA deve realizar uma entrevista à imprensa.
De acordo com uma notícia local Zuma pediu três meses para renunciar, o que foi negado. Outra versão diz que Zuma simplesmente afirmou a Ramaphosa: “Faça o que quiser.”
O porta-voz de Zuma não respondeu às ligações. O filho dele, Edward, disse que não comentaria até o partido fazer o pronunciamento formal.