SÃO PAULO (Reuters) – O dólar caía 1 por cento ante o real nesta quarta-feira acompanhando a cena externa e numa sessão que terá apenas metade da duração e será marcada pelo baixo volume de negócios após as folgas do Carnaval.
Às 13:37, o dólar recuava 1,27 por cento, a 3,2602 reais na venda , depois de subir 2,73 por cento na semana passada e chegar ao patamar de 3,30 reais.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana já chegou a 3,2592 reais. O dólar futuro caía cerca de 1 por cento.
“Hoje é um dia atípico, com baixo volume de negócios”, afirmou o operador da corretora Advanced Alessandro Faganello, citando o cenário externo como o guia dos investidores locais.
Ainda perdurava a preocupação de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais rapidamente do que o esperado, o que tende a afetar o fluxo de capitais globalmente.
Pela manhã, foi divulgado que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos avançou mais do que o esperado em janeiro, mas que as vendas no varejo na maior economia do mundo surpreendeu e caiu no mês passado.
Com isso, o dólar recuava frente a uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como o peso chileno.
Os juros futuros nos Estados Unidos continuavam precificando quase 90 por cento de chances de o Fed elevar os juros em março, próximo encontro do banco central, e cerca de 20 por cento de que elevará a taxa quatro vezes neste ano. A própria autoridade monetária prevê três altas.
Juros mais altos nos EUA tendem a atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como o brasileira. Recentemente, os mercados globais –sobretudo os acionários– viveram forte aversão ao risco por temores de que o Fed elevaria mais os juros.
Internamente, o mercado mantinha sua atenção em torno dos esforços do governo do presidente Michel Temer para aprovar a reforma da Previdência neste mês.
O Banco Central brasileiro não fará leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão. Mas anunciou que continuará a rolagem dos contratos que vencem em março, no total de 6,154 bilhões de dólares, no dia seguinte, ofertando novamente até 9,5 mil swaps.
(Por Patrícia Duarte)