Reportagem publicada neste domingo (30) pelo jornal Folha de S. Paulo e o site The Intercept Brasil afirma que a força-tarefa da Lava-Jato desconfiou do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-OAS e peça-chave na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em conversas privadas no aplicativo Telegram, enviadas ao site por uma fonte anônima, os procuradores não mostraram convicção após os primeiros depoimentos do ex-presidente da empreiteira, que negociava um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
Os integrantes da operação não deram crédito às confissões iniciais do empresário, que não incriminavam Lula nos casos envolvendo o tríplex do Guarujá e o sítio em Atibaia.
“A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, escreveu o procurador Paulo Roberto Galvão no início de maio de 2016.
À época, a Lava-Jato já acreditava que o ex-presidente era o verdadeiro dono dos imóveis.
A situação começou a mudar apenas em 2017, quando Léo Pinheiro foi interrogado pelo ex-juiz Sergio Moro e incriminou Lula no caso do tríplex. Após a afirmação, a força-tarefa voltou a conversar com o empreiteiro, que conseguiu avançar nas negociações com o MPF.