Louca e visionária — é assim que ficou conhecida a advogada americana Linda Rottenberg. Co-fundadora da Endeavor, ela foi responsável por estimular o pensamento empreendedor na América Latina. Antes de Linda, a palavra empreendedorismo sequer existia nos dicionários brasileiros e de outros países de língua espanhola do continente.
Linda estudava Direito na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mas jamais se entusiasmou com a área. Em meados dos anos 1990, durante viagem à Argentina, teve a ideia que mudaria a sua vida — e a de milhões de pessoas — para sempre. Uma conversa rotineira com um taxista, um engenheiro desempregado, a fez perceber que poucas pessoas no país tinham interesse em abrir a própria empresa. As opções eram trabalhar para o governo ou para outra companhia já existente.
Se a vontade de empreender era comum nos Estados Unidos, seu país natal, e ajudou a erguer a maior potência econômica do planeta, na América Latina havia pouca disposição para isso. Foi então que Linda decidiu que seu ofício seria desenvolver e ajudar as pessoas nos países emergentes a criar negócios. Por isso ela ganhou o apelido de “chica louca”, já que poucos acreditavam que a iniciativa daria certo. “Se você não está sendo chamado de louco, provavelmente não está pensando grande o suficiente” é uma de suas frases preferidas.
Sob seu comando, a Endeavor cresceu e se transformou em líder no apoio a empreendedores de alto impacto. A organização está presente atualmente em 30 países, incluindo oito escritórios no Brasil. O trabalho fez Linda entrar para a lista da revista Time como uma das 100 mulheres mais inovadoras do século 21. O jornalista Thomas Friedman, colunista do jornal “The York Times”, apelidou Linda de “mentora capitalista do mundo”.
Entre outros feitos, Linda gosta de destacar o dia em que recebeu a ligação do editor de um dicionário brasileiro informando que as palavras empreendedor e empreendedorismo seriam adicionadas à língua portuguesa graças à sua atuação na Endeavor.