A decisão do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de suspender o compartilhamento de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público poderá gerar um obstáculo à pré-candidatura brasileira à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), informou em entrevista ao Estadão o embaixador Carlos Márcio Cozendey, principal negociador da delegação brasileira.
Segundo o embaixador, o país passou por uma série de mudanças para se adequar às recomendações internacionais de combate à lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo e que a manutenção das regras atuais de funcionamento do Coaf facilitaria as negociações com a OCDE. Para ser aceito como membro da organização, o Brasil precisará cumprir requisitos previstos em 253 instrumentos do órgão. Atualmente o país aderiu a 77 e solicitou adesão a outros 60, ainda pendentes. Para Cozendey, o processo pode levar entre três a cinco anos.