Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras iniciou a sexta-feira com redução de 3,9 por cento nos preços da gasolina nas refinarias, o maior corte desde o de 5,9 por cento observado em 1º de julho do ano passado, quando a estatal colocou em prática uma nova sistemática de formação de cotações dos combustíveis.
Com o reajuste, a alta acumulada de lá para cá nos preços do derivado de petróleo, que chegou a superar 20 por cento em alguns momentos, está agora em 6 por cento.
Essa é a segunda redução expressiva para a gasolina no espaço de uma semana –no dia 9 a Petrobras já havia cortado o preço do combustível em 3 por cento– e ocorre após um recuo recente nas referências internacionais do petróleo, em meio a sinais de oferta ainda consistente, bem como nas da gasolina.
Paralelamente, a Petrobras anunciou também que os preços do diesel nas refinarias foram cortados em 2,3 por cento a partir desta sexta-feira.
A nova sistemática de formação de preços da Petrobras prevê reajustes quase que diários e procura as oscilações no mercado internacional –os repasses ao consumidor final, entretanto, dependem da estratégia das distribuidoras.
Recentemente, autoridades, incluindo o presidente Michel Temer, reclamaram que os cortes realizados pela Petrobras não estavam chegando ao consumidor final. Houve até mesmo declarações de que o setor de combustíveis praticaria cartel, da parte do ministro Moreira Franco, que encaminhou o assunto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O segmento afirma que o país conta com cerca de 40 mil postos que concorrem no mercado, e que o repasse de preços da Petrobras não ocorre imediatamente aos reajustes realizados pela estatal, devido a questões técnicas e operacionais.
Na última semana, contudo, os preços nas bombas dos postos caíram e interromperam uma série de várias semanas de altas.