(Esclarece a moeda utilizada no segundo parágrafo após o intertítulo, no caso o real, não o dólar)
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras anunciou que a partir desta segunda-feira passará a divulgar em seu site os preços médios de gasolina e diesel, sem tributos, comercializados em suas refinarias e terminais no Brasil, em busca de mais transparência à composição do valor final dos combustíveis.
Paralelamente, a empresa informou que irá aumentar em 1,5 por cento o preço do diesel vendido às distribuidoras a partir de terça-feira, a 1,7369 real o litro, e elevar em 1,8 por cento o preço da gasolina, a 1,5148 real o litro.
Após serem vendidos às distribuidoras, os preços de ambos os combustíveis passam por adições de impostos, custos e margem das distribuidoras e dos revendedores. Os produtos também sofrem adições dos biocombustíveis: biodiesel, no caso do diesel, e etanol anidro, no caso da gasolina, fatores que também impactam o valor na bomba.
A decisão ocorre após autoridades, como o presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, apontarem que reduções implementadas pela petroleira estatal não estavam chegando às bombas.
Na ocasião, os setores de distribuição e revenda de combustíveis do Brasil refutaram os comentários das autoridades culpando a elevada carga de tributos pela alta nas cotações aos consumidores finais.
“As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis”, disse a petroleira em nota nesta segunda-feira.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, havia anunciado anteriormente sua intenção de publicar os valores todas as vezes em que houver reajustes.
Com a mudança na divulgação, o executivo afirmou na ocasião que a empresa quer mostrar ao público que a parcela do preço dos combustíveis é inferior a um terço do valor total que chega aos consumidores e também quer deixar clara a velocidade com a qual eventuais mudanças são transmitidas aos consumidores nos postos.
Desde outubro de 2016, a Petrobras vem praticando uma política de preços que segue a lógica do mercado internacional de combustíveis. Em julho do ano passado, a empresa começou a reajustar os valores quase que diariamente, em busca de maior agilidade na variação dos valores.
IMPACTOS DA PETROBRAS
A Petrobras destacou nesta segunda-feira que o preço médio da gasolina nos postos em outubro de 2016 era de 3,69 reais por litro nos postos de combustíveis, contra 4,23 reais o litro em fevereiro deste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Houve, portanto, uma variação de 0,54 real. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 0,09 real, ou seja, um sexto do ajuste total”, disse a empresa em nota.
No caso do diesel, o preço médio em outubro de 2016 nos postos era de 3,05 reais por litro, contra 3,40 reais o litro em fevereiro. Segundo a empresa, a variação total dos preços nas bombas foi de 0,35 real, sendo que a Petrobras respondeu por 0,12 real ou cerca de um terço do ajuste total.
GÁS DE COZINHA
A Petrobras também publicou nesta segunda-feira que passará a informar o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) comercializado pela Petrobras às distribuidoras em botijões de até 13 kg, o chamado gás de cozinha.
Atualmente, o preço médio do botijão sem tributos, segundo a empresa, é equivalente a 23,16 reais por botijão de 13kg.
Em janeiro, a Petrobras ressaltou que divulgou a revisão da política de preços do GLP de uso residencial com o objetivo de reduzir a volatilidade de preços do produto.
A revisão alterou a frequência dos reajustes de mensal para trimestral e introduziu um mecanismo de compensação pelas diferenças entre os valores que seriam praticados pela política anterior e aqueles adotados pela metodologia atual, sem, portanto, impactar negativamente o resultado da companhia.
A referência continua a ser o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu acrescido de margem de 5 por cento.
(Por José Roberto Gomes e Marta Nogueira; Edição de Roberto Samora)