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Janot: um louco varrido na PGR

Rodrigo Janot, há muito, já era considerado uma das pessoas mais irresponsáveis do país. Foi ele, por exemplo, quem interrompeu o processo de retomada econômica brasileira, em 2017, e a aprovação da Reforma da Previdência – quando, em setembro, patrocinou uma atabalhoada tentativa de apear do poder o então presidente Michel Temer com a divulgação de áudios gravados entre ele e o empresário Joesley Batista.  E, em inúmeras vezes, botou os pés pelas mãos ao colocar inocentes em processos esdrúxulos ou mesmo atrás das grades. Só por isso, poderia ser colocado no Hall da Fama da irresponsabilidade ampla, geral e irrestrita.

Hoje, percebe-se que o ex-titular da Procuradoria Geral da República não é apenas um irresponsável. É muito mais que isso. Trata-se, em bom português, de um louco varrido. Ou seja, o país teve, durante quatro anos, alguém sem nenhum equilíbrio psicológico exercendo papel preponderante na Justiça nacional. Detalhe: durante uma das mais complexas intrincadas operações de combate à corrupção que se tem notícia, a Lava-Jato.

Entrevistas dadas por Janot à imprensa, para promover uma autobiografia que está por vir, revelam que ele foi ao Supremo Tribunal Federal, com uma arma no bolso, para assassinar o ministro Gilmar Mendes. Se a arma fosse utilizada apenas fosse para ameaçar o juiz já seria uma manifestação claríssima de insanidade. Mas a loucura de Janot era ainda maior. “Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, declarou o ex-procurador à revista Veja e ao jornal “Estado de S. Paulo”.

Frente a frente com Gilmar, Janot capitulou e desistiu do atentado. E, neste caso, deve-se perguntar: como alguém armado entrou no STF? Das duas, uma: ou perguntou à segurança se sabiam com quem estavam falando ou entrou nas dependências do Supremo por um acesso VIP e sem detector de metais.

Contar este episódio a jornalistas poderia configurar outro ato de insanidade. Mas talvez não seja isso. Durante todo seu mandato, Rodrigo Janot se considerou acima do bem e do mal. Ao tornar este caso público, está apenas demonstrando o tamanho de seu senso de impunidade , de um gigantismo poucas vezes visto no Brasil – e, neste quesito, infelizmente, o país é pródigo em exemplos contundentes.

Como ficamos tanto tempo à mercê de um desequilibrado mental na Procuradoria Geral da República? A PGR faz parte de um arcabouço de Justiça que precisa contar com líderes equilibrados, sérios e ponderados. No entanto, o que tivemos no comando da PGR é um indivíduo que se aproxima mais do perfil de um sociopata do que o de alguém comprometido com a probidade.

Os psicólogos listam várias características que remetem à sociopatia. Algumas delas podem ser localizadas na narrativa insana de Janot – ausência de remorso ou vergonha, comportamento explosivo, habilidade em manipular, egocentrismo, desrespeito pelas leis e regras sociais etc.

A data escolhida pelo ex-PGR para soltar este segredo bombástico, guardado por anos a fio, é simbólica: o mesmo dia em que o novo Procurador Geral da República, Augusto Aras, tomou posse. Coincidência ou não, Janot, com suas declarações, diminuiu o brilho da posse do sucessor de Raquel Dodge e ganhou um protagonismo que há muito não experimentava.

Por falar na posse da Procuradoria, talvez fosse interessante que, daqui para frente, todos os titulares da PGR fizessem um teste psicotécnico simples – um procedimento básico para autorizar atividades remuneradas como a de um motorista profissional. Com toda a certeza, Augusto Aras passaria num teste destes. A pergunta que fica, depois destas revelações, é: e Rodrigo Janot? Passaria num simples exame psicotécnico?

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