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Está na hora de Bolsonaro mudar o estilo brucutu?

Desde que assumiu a presidência da República, Jair Bolsonaro sempre se pautou por um estilo agressivo na condução de seu mandato. Fez aquilo que achava ser certo e deu as costas, na maioria esmagadora dos casos, à composição política. Imprimiu um relacionamento com o Legislativo e com o Judiciário recheado por conflitos e questionamentos. Entrou em polêmicas — muitas desnecessárias — com figuras carimbadas da política e da economia. Agressivo em todas as situações. Mas, diga-se, coerente com seus valores e conceitos. Fiel a um estilo moldado por 28 anos de mandato como deputado federal.

Nos últimos dias, porém, vê-se que a metralhadora giratória fez vítimas dentro da própria base do governo. A briga começou com o presidente de seu próprio partido, o PSL, Luciano Bivar. Foi se alastrando até chegar a vários deputados e senadores e culminou com o movimento de afastamento do líder do governo na Câmara, Delegado Waldir, e a substituição por Eduardo Bolsonaro.

É possível encontrar coerência nesses movimentos do presidente. Pedir transparência de contas no PSL, por exemplo, é algo correto. Destituir um líder inepto como Delegado Waldir também faz sentido. Mas, aqui, cabe uma ponderação: quando um incompetente ocupa um cargo acima de suas capacidades a culpa é de quem o nomeou — não de quem foi nomeado.

Portanto, entende-se o porquê. O problema é o “como”. Assim, cabe a pergunta: essa briga com o PSL precisaria ter ocorrido? Se sim, teria de ser neste grau de octanagem?

Política não se faz com o fígado, mas este parece ser o único jeito que não só o presidente como toda a família Bolsonaro parece ter aprendido para se movimentar em Brasília. Portanto, é o caso de se pensar: o estilo brucutu do presidente precisa mudar?

A votação da Reforma da Previdência no Senado não parece estar comprometida. Mas o cenário está totalmente aberto para medidas importantes como o Pacote Anti-Crime, a Reforma Administrativa e a Reforma Tributária. O PSL está rachado e especula-se que os deputados bivaristas estariam migrando para a oposição.

O que o governo ganha com isso? A satisfação da briga? O estilo belicoso traz insegurança a todos, a começar pelos investidores e empresários. Este tipo de briga intestina da sigla governista é um exemplo cristalino. Tudo poderia ter sido discutido e resolvido sem confrontos públicos. Para isso, seria necessário alguém como os falecidos Tancredo Neves e Petrônio Portela, políticos que sabiam desviar das desavenças e focar nos consensos. Este tipo de talento está escasso no Planalto. É preciso dar um tempo neste estilo brucutu, mas evidentemente sem abrir mão dos princípios éticos e republicanos. Quando se tem uma agenda cheia pela frente, com várias reformas por implementar, a hora é de somar. Não de dividir.

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