Por Rodrigo Viga Gaier
ITAGUAÍ, Rio de Janeiro (Reuters) – O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira que o Brasil obteve avanços importantes nos últimos tempos em relação ao progresso desejado pelo país, um dia depois de o governo assumir definitivamente que a reforma da Previdência não será votada agora, como desejava o Planalto.
Temer participou de solenidade na cidade de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que marcou o início do processo de montagem de um dos cinco submarinos que fazem parte do programa ProSub, firmado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o governo da França. O programa prevê ainda a construção de um submarino de propulsão nuclear em parceria com os franceses.
Para Temer, o programa é uma conquista para a sociedade brasileira e resultado de um trabalho de décadas.
“O programa renova nossa confiança no Rio de Janeiro e no Brasil”, disse o presidente na solenidade.
“Não foram poucos os avanços obtidos nos últimos tempos em termos de progresso para nosso país e em termos de ordem que nós estamos procurando”, acrescentou.
Na véspera, o governo disse que não poderá votar a reforma da Previdência agora, com a justificativa oficial de que a intervenção federal decretada na sexta-feira na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro impedia a votação, já que a Constituição não pode ser emendada nessas situações. [nL2N1QA098]
Mas o próprio articulador político do governo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que não tinha como garantir que até o final deste mês –prazo que o Planalto considerava limite para sua votação em primeiro turno– a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência teria o apoio mínimo necessário de 308 dos 513 deputados. [nE6N1PA00T] [nL2N1Q90XH]
SUBMARINO ATRASADO
O submarino de propulsão nuclear, o primeiro do Brasil, está atrasado em cerca de dois anos por conta de contigenciamentos orçamentários e, segundo a Marinha, deve ficar pronto em 2029. O primeiro submarino do programa, o Riachuelo, deve ficar pronto ainda este ano. Todo o programa já consumiu desde 2009 cerca de 16,3 bilhões de reais.
O projeto já foi alvo da operação Lava Jato e a construtora Odebrecht, contratada para obras civis do projeto, foi acusada de desviar recursos para políticos investigados.
“Desde que a Marinha assumiu o projeto fomos alvos de consultorias, prestamos contas inclusive ao TCU e nada de errado aconteceu”, disse a jornalistas o comandante da Marinha, Eduardo Leal Ferreira.
“A partir do momento que a Marinha conduziu o projeto nada foi detectado pela Marinha e por órgãos externos. A execução do projeto pela Marinha é monitorado por FGV, TCU e auditorias… falo isso com tranquilidade e há mais preconceito do que realidade”, acrescentou.