Por Zach Fagenson e Katanga Johnson
TALLAHASSEE/PARKLAND, Estados Unidos (Reuters) – Estudantes ativistas da escola de ensino secundário do Estado norte-americano da Flórida na qual 17 alunos e funcionários foram baleados e mortos iniciaram uma marcha à capital estadual, Tallahassee, nesta quarta-feira, onde devem se reunir com parlamentares e pedir que armas de assalto sejam proibidas.
O mais recente massacre a tiros em uma escola dos Estados Unidos inflamou um debate nacional já antigo sobre o controle de armas. Os alunos da escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland, na Flórida, emergiram como os novos rostos do movimento de controle de armas.
“Estamos aqui para pedir mudanças, e temos confiança de que a mudança acontecerá”, disse Noah Kaufman, de 16 anos. “Conhecemos as questões, e sabemos quem está conosco e quem não está.”
Nikolas Cruz, ex-aluno de 19 anos expulso por problemas disciplinares, recebeu 17 acusações de assassinato premeditado no segundo maior massacre a tiros em uma escola dos EUA. Ele estava armado com um rifle de assalto semiautomático estilo AR-15 que comprou legalmente de um vendedor de armas autorizado no ano passado, disseram autoridades.
Portando cartazes com o slogan #NuncaMais, cerca de 100 estudantes da escola Douglas foram à capital do Estado, onde na terça-feira a assembleia legislativa de maioria republicana rejeitou um pedido de um projeto de lei proibindo a venda de rifles semelhantes aos de assalto.
Mas o senador estadual Bill Galvan, cotado como o próximo presidente da Casa local, sinalizou uma possibilidade de mudança pedindo um projeto de lei que eleve de 18 para 21 a idade legal para a compra de rifles de assalto, assim como se exige para armas de mão. A atual sessão parlamentar termina em 9 de março, o que deixa tempo suficiente para uma votação
O presidente dos EUA, Donald Trump, um grande defensor do direito às armas, deve realizar uma “sessão de consulta” com alunos e professores do ensino secundário na Casa Branca nesta quarta-feira.
“Esta não é uma questão democrata ou republicana, é uma questão de vida”, disse Kaufman. Muitos membros do grupo disseram ter passado a noite pesquisando a legislação e escrevendo discursos.
O movimento de protesto liderado por jovens, que emergiu horas após o massacre, atraiu o apoio de grandes celebridades na terça-feira. O ator George Clooney, o diretor Steven Spielberg e a magnata midiática Oprah Winfrey doaram 500 mil dólares cada um para ajudar a financiar uma marcha que acontecerá em Washington.
Também na terça-feira Trump disse que assinou um memorando instruindo o secretário de Justiça a criar regulamentações proibindo dispositivos que transformam armas de fogo em metralhadoras.
(Reportagem adicional de Brendan O’Brien em Milwaukee)