BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira esperar que a decisão do governo federal pela intervenção na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro não tenha sido tomada tendo as eleições de outubro como motivação.
O presidente da Câmara afirmou ainda que não vê problema no resultado positivo que a intervenção possa gerar ao governo –e às eventuais pretensões de reeleição do presidente Michel Temer– e que não se pode “misturar uma coisa com a outra”.
“É óbvio que qualquer ação do governo gera um resultado, positivo ou negativo”, disse o deputado a jornalistas em Belo Horizonte, onde participou de assinatura de termo de liberação de recursos do Ministério da Educação para a prefeitura da cidade.
“Se isso gerar condições para o presidente se candidatar, ótimo… o mais importante é resolver o Rio”, afirmou. “Só espero que a decisão não tenha sido baseada na eleição.”
Na véspera, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola negou essa hipótese, diante do crescente número de comentários de que a motivação de Temer sobre o Rio possa ter sido eleitoral. O porta-voz disse que a “agenda eleitoral não é, nem nunca será, causa das ações do presidente”.
NOME DO DEM
Na mesma cerimônia em Belo Horizonte, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que Maia é o nome do DEM para concorrer à Presidência da República.
“Eu defendo, e o partido defende claramente, o nome de Rodrigo Maia como candidato a presidente da República”, disse o ministro.
Maia, assim como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), demonstrou descontentamento com a forma adotada pelo governo para anunciar uma lista de 15 medidas na área econômica a serem tratadas como prioridade pelo Congresso no lugar da reforma da Previdência. Antes, já havia causado desconforto o anúncio do governo sobre a intervenção no Rio –que, se bem sucedida, pode render dividendos eleitorais.
Na capital mineira, Maia defendeu o projeto que trata da autonomia do Banco Central, que integra a lista anunciada pelo governo, mas disse não saber “se há tempo hábil” o projeto.
(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)